Falar de sexo e de morte ainda continua sendo mexer com tabus sociais, apesar da tão apregoada evolução humana.
Mas, como é importante se falar sobre sexo, ao pensarmos no adolescente...
Esta fase é particularmente delicada e mobilizante não só para os jovens como também para os pais, que vão necessitar de muita maturidade e de ter revisto e resolvido seus conceitos e preconceitos quanto à questão da sexualidade e de como a vivenciaram em sua própria adolescência.
Na realidade, quanto menos preparados estiverem os pais para lidarem com estas questões, mais dificuldade terão para lidar com a necessidade de diálogo, de aumentar a flexibilidade das fronteiras familiares para permitir ao adolescente movimentar-se para fora do sistema e com o administrar de sua necessidade crescente de independência.
Como é sabido, nesta fase, o corpo passa por inúmeras transformações, devido a atividades hormonais muito intensas. De repente, o jovem se descobre com um corpo de adulto, sem ter feito na realidade uma despedida racional e consciente de seu corpo infantil.
Sente dúvidas, estranha estes questionamentos que serão proporcionalmente mais ou menos intensos, conforme a quantidade de informações corretas que venha a receber.
Passa a sentir forte atração em relação à sexualidade e teme suas escolhas sexuais, que no início, se mostram confusas.
É a época dos sonhos sexuais, dos desejos e excitações, da masturbação e das próprias relações sexuais.
Atualmente, muita coisa mudou como o término do tabu da virgindade, principalmente para as meninas. Não se faz mais drama nem alarde.
Por outro lado, começa a haver um enfoque mais eclético também quanto às relações homossexuais.
Hoje, o namoro tradicional é uma fase "a posteriori", inicialmente remota. O importante é ficar, ficar e ficar...
Traduzindo, a geração atual executa ou experimenta o sexo, cada vez mais sem amor, só por mero prazer. Sem muitas informações, a respeito da fisiologia da sexualidade e da reprodução, os jovens se lançam à atividade sexual de um modo solitário, tentando se descobrir, experimentando e se arriscando a doenças venéreas, AIDS ou a uma gravidez precoce.
Infelizmente, a maioria deles não se sente à vontade nem com coragem de conversar com seus pais sobre sexo, e não gostam de ser interrogados sobre seu comportamento sexual.
O que é possível, então, aos pais fazer nesta fase?
Inicialmente, colher os frutos do que plantaram e passaram em valores a seus filhos na infância. É lá que começa o trabalho preventivo para lidar com a adolescência!
Depois, estabelecer um diálogo franco e aberto sobre o assunto, antes que a televisão, os filmes e revistas eróticas, os anúncios, letras de músicas o façam de modo confuso e precoce.
Os pais não devem ter medo de falar sobre sexo nem "fazer vista grossa". Devem orientar sobre a necessidade de estar maduro e consciente, quando resolver iniciar sua vida sexual; conversar sobre preservativos; validar sentimentos de amizade, amor, prazer e carinho como uma qualificação do ato sexual.
Conversar sobre o sexo virtual, considerado por muitos como uma masturbação moderna; sobre a moda do "ficar com" e os valores que ela deprecia como fidelidade, intimidade, envolvimento, contato real e cumplicidade.
Por acreditar que os pais e a família são os primeiros e grandes professores, acredito que pais preparados e trabalhados quanto à questão da sexualidade serão os melhores referenciais e suportes para o filho adolescente.
Fonte: elisabethsalgadoencontrandovoce