A História
do Halloween
O Halloween é uma celebração anual muito comum em vários
países. Mas que celebração é essa? E onde esse evento tão peculiar teve origem?
Será um tipo de culto as coisas do mal? Ou será somente a continuidade de um
rito pagão antigo? Apesar de ser um acontecimento tradicional em países como os
Estados Unidos, o Reino Unido, dentre outros, no Brasil a comemoração
desta data é recente. Chegou ao nosso país através da grande influência da
cultura americana, principalmente vinda pela televisão. Os cursos de língua
inglesa também colaboram para a propagação da festa em território nacional,
pois valorizam e comemoram esta data com seus alunos: uma forma de vivenciar
com os estudantes a cultura norte-americana.
Muitos brasileiros defendem que a data nada tem a ver com
nossa cultura e, portanto, deveria ser deixada de lado. Argumentam que o Brasil
tem um rico folclore que deveria ser mais valorizado.
Para tanto, foi criado pelo governo, em 2005, o Dia do Saci
(comemorado também em 31 de outubro).
A palavra Halloween tem sua origem na igreja católica e vem
da contração feita de maneira errada da expressão "All Hallows Eve"
que significa Dia de Todos os Santos, e corresponde ao dia Primeiro de
Novembro, que no catolicismo é o dia de reverencia aos Santos mortos. Mas
no 5º Século Antes de Cristo, na Irlanda Céltica, o verão terminava
oficialmente no dia 31 de outubro. Esse dia marcava o início do ano céltico e
era comemorado com um feriado denominado Samhaim. A história diz que, naquele
dia, os espíritos desencarnados de todos aqueles que morreram no decorrer do
ano, voltavam na busca de corpos de pessoas vivas nas quais eles habitariam
durante o ano que se iniciava. Acreditava-se que essa era a única esperança de
vida após a morte. Os celtas acreditavam que todas as leis de tempo e espaço ficavam
suspensas durante este tempo permitindo aos espíritos um inter-relacionamento
com os vivos.
Naturalmente, os que estavam vivos não queriam ser possuídos
pelos espíritos dos mortos. Então, na noite de 31 de outubro, os habitantes dos
vilarejos apagavam os fogos em suas casas, para torná-las frias e indesejáveis.
Eles então se vestiam com roupas fantasmagóricas e realizavam desfiles
barulhentos pela vizinhança, sendo tão destrutivos quanto possível, de maneira
a assustar e amedrontar os espíritos que estavam à procura de corpos para
possuí-los.
Durante a era Romana estes adotaram as práticas
célticas como se fossem suas. Porém, na medida em que a crença na
possessão foi perdendo terreno, a prática de se vestir como espantalhos,
fantasmas e bruxas foi transformada de uma crença religiosa para um cerimonial
apenas.
Origens do
Halloween
É um dos mais
antigos feriados. Este feriado como conhecemos hoje teve muitas influências de
diversas culturas através dos séculos.
O Halloween é
originário do Norte da Europa e foi levado para os Estados Unidos pelos
imigrantes irlandeses.
Na véspera do Ano
Novo deles, ou seja, no dia 31 de Outubro, eles acreditavam que o deus da morte
e da escuridão chamava todas as pessoas mortas. A morte tomaria diversas
formas, como o aspecto de um animal. Os mais cruéis tomavam a forma de um gato.
Os Celtas e Druidas também se encontravam em rituais para agradecer a
"estação do sol" nesta data. Eles dançavam então ao redor de
fogueiras e poderiam até oferecer sacrifícios de animais.
Depois de muitos
anos, os Romanos trouxeram o festival cristão que é chamado de "Dia de
Todos os Santos" no dia 1º de novembro e logo após "Dia dos Mortos ou
Finados" no dia 2 de novembro. Mas o povo do Norte Europeu não se esqueceu
de seus festivais e continuou a celebrar o 1º de Novembro, apesar de muitos
costumes terem se misturado. O 31 de outubro foi conhecido como All
Hallow Eve ( véspera de Todos os Santos) , normalmente All Hallow's eve, até
chegar a Hallowe'en e então finalmente Halloween. O Halloween é celebrado hoje se
misturando todas essas influências.
Significado do
Halloween
Um cenário de filme
de terror é a visão que as pessoas leigas têm do Halloween ou Samhain, como os
celtas chamavam o mês de novembro, quando se comemorava o Ano Novo. Esta
celebração também diz respeito ao deus Samhan, o guardião dos mortos, que
deviam esperar para serem encaminhados à Terra do Verão, o mundo do além.
É o dia mais
sagrado do calendário celta e também marca a passagem do ano. É considerado um dia
fora do tempo, pois não pertence nem ao ano velho, nem ao novo – é como se o
tempo parasse e os véus entre as dimensões se abrissem, portanto é considerado
um dia mágico. Neste dia, os verdadeiros bruxos exercem um papel de
psicopompo (condutor das almas, associado a Hermes) para reverenciar e se
comunicar com ancestrais, e também usufruir a proximidade e sabedoria destes,
mas sem que haja incorporação, pois o contato é espontâneo.
Nos rituais da
Bruxaria, neste dia são oferecidos alimentos (bolos de almas) que estão na
tradição por dois motivos: um é o de compartilhar, e o outro permitir que eles
retirem a energia vital, a substância etérea do alimento.
Como os portais
entre os dois mundos estão abertos, é o momento propício para a realização de
feitiços, pedidos, previsões, limpeza, etc.
O Halloween e a
Bruxaria
O Halloween não se
popularizou por ser uma festa do Paganismo, enfim de Bruxaria, mas por ser um
costume norte-americano.
A maioria das
pessoas não sabe o que significa, e alguns bruxos criticam a comemoração do
Halloween, pois lembra muito o terrível tempo da Inquisição. Outros bruxos
comemoram a festa e alguns vestidos a caráter. Um coven (grupo de pessoas que
se juntam para praticar rituais e estudar Wicca) decidiu pela comemoração da
festa. Ou seja, há bruxos que são a favor da comemoração do Halloween e outros
não. Entra neste contexto a diferença de estações entre o Hemisfério Norte e o
Hemisfério Sul, já que a Bruxaria é toda centrada nos ciclos da natureza e
fases lunares. Enquanto os bruxos do Hemisfério Norte comemoram festas em
Outubro, os do Hemisfério Sul só comemoraram estas mesmas festas em Março. Os
mais importantes rituais da bruxaria são os que comemoram as mudanças de
estação. Vale lembrar que existem bruxos que adaptam o calendário do Hemisfério
Norte para o Sul, e aqueles que não o fazem, preferindo o calendário
tradicional.
Os Celtas
Os Celtas, povo que
viveu no norte da Europa, consideravam a natureza como a expressão máxima da
Deusa Mãe. A divindade máxima era feminina, a Deusa Mãe, cuja manifestação era
a natureza.
Os celtas entendiam que a terra comporta-se como um autêntico ser vivo. Eles sabiam como se utilizar de meios de controlar a energia do planeta em beneficio da vida, das colheitas e da saúde.
Os celtas entendiam que a terra comporta-se como um autêntico ser vivo. Eles sabiam como se utilizar de meios de controlar a energia do planeta em beneficio da vida, das colheitas e da saúde.
A realização dos
festivais celtas não se prendia somente à localização, também tinham muito a
ver com a época do ano, por isto ocorriam em datas precisas.
Os celtas sabiam
que a energia telúrica sofria reflexões e refrações ao tocar coisas materiais,
por isto é que eles praticavam seus rituais religiosos totalmente despidos. Isto
não tinha qualquer conotação erótica, era antes um modo para a energia não ser
impedida ou desviada pelas vestimentas. O lado mágico dos Celtas e mais
ainda o exercido de alguns rituais com os participantes despidos foi motivo de
escândalo para os católicos que os viram pela primeira vez.O catolicismo apagou
tudo o que lhe foi possível apagar no que diz respeito aos rituais célticos,
catalogando-os de paganismo, de cultos imorais e tendo como objetivo a adoração
do demônio. Na realidade isto não é verdade, os celtas cultuavam a Mãe
Natureza. O Cristianismo, religião descendente do tronco Judaico, colocava a
mulher como algo inferior, responsabilizando-a pela queda do homem, pela perda
do paraíso. Por isto, e por outras coisas, as autoridades católicas não podiam
tolerar a Religião Celta, cuja religião era mais exercida pelas mulheres.
Naturalmente os celtas eram muito apegados à fertilidade, ao crescimento da
família e ao aumento da produção dos animais domésticos e dos campos de
produção e isto estava ligado diretamente ao lado feminino da natureza. Também,
a mulher é mais sensitiva do que o homem no que diz respeito às manifestações
do sobrenatural, portanto é obvio que elas canalizassem mais facilmente a
energia nos cerimoniais, que fossem melhores intermediárias nas cerimônias
mágicas. Assim é que o elemento básico da Wicca não tinha como base primordial
o homem e sim na mulher, cabendo àquele a primazia nos assuntos não religiosos.
Alguns
significados simbólicos
A abóbora: simboliza a fertilidade e a sabedoria
A vela: indica os caminhos para os espíritos do
outro plano astral.
O caldeirão: fazia parte da cultura – como mandaria a
tradição. Dentro dele, os convidados devem atirar moedas e mensagens escritas
com pedidos dirigidos aos espíritos.
A vassoura: simboliza o poder feminino que pode
efetuar a limpeza da eletricidade negativa. Equivocadamente, pensa-se que ela
servia para transporte das bruxas.
As moedas: devem ser recolhidas no final da festa
para serem doadas aos necessitados.
Os bilhetes com
os pedidos: devem ser
incinerados para que os pedidos sejam mais rapidamente atendidos, pois se
elevarão através da fumaça.
A aranha: simboliza o destino e o fio que tecem suas
teias, o meio, o suporte para seguir em frente.
O morcego: simbolizam a clarividência, pois que vêem
além das formas e das aparências, sem necessidades da visão ocular. Captam os
campos magnéticos pela força da própria energia e sensibilidade.
O sapo: está ligado à simbologia do poder da
sabedoria feminina, símbolo lunar e atributo dos mortos e de magia feminina.
Gato preto: símbolo da capacidade de meditação e
recolhimento espiritual, autoconfiança, independência e liberdade. Plena
harmonia com o Universo
Cores:
Laranja – cor da vitalidade e da energia que gera
força. Os druidas acreditavam que nesta noite, passagem para o Ano Novo,
espíritos de outros planos se aproximavam dos vivos para vampirizar a energia
vital encontrada na cor laranja.
Preto – cor sacerdotal das vestes de muitos
magos, bruxas, feiticeiras e sacerdotes em geral. Cor do mestre.
Roxo – cor da magia ritualística.
Travessuras ou
Gostosuras?(Trick-or-treat)
A brincadeira de
"doces ou travessuras" é originária de um costume europeu do século
IX, chamado de "souling" (almejar). No dia 2 de novembro, Dia
de Todas as Almas, os cristãos iam de vila em vila pedindo "soul
cakes" (bolos de alma), que eram feitos de pequenos quadrados de pão
com groselha.
Para cada bolo que
ganhasse, a pessoa deveria fazer uma oração por um parente morto do doador.
Acreditava-se que as almas permaneciam no limbo por certo tempo após sua morte
e que as orações ajudavam-na a ir para o céu.
Abóboras e
velas: Jack O’Lantern (Jack da Lanterna)
A vela na abóbora
provavelmente tem sua origem no folclore irlandês. Um homem chamado Jack,
um alcoólatra grosseiro, em um 31 de outubro bebeu excessivamente e o
diabo veio levar sua alma. Desesperado, Jack implora por mais um copo de bebida
e o diabo concede. Jack estava sem dinheiro para o último trago e pede
ao Diabo que se transforme em uma moeda. O Diabo concorda. Mal vê a moeda sobre
a mesa, Jack guarda-a na carteira, que tem um fecho em forma de cruz.
Desesperado, o Diabo implora para sair e Jack propõe um trato: libertá-lo em
troca de ficar na Terra por mais um ano inteiro.
Sem opção, o Diabo
concorda. Feliz com a oportunidade, Jack resolve mudar seu modo de agir e
começa a tratar bem a esposa e os filhos, vai à igreja e faz até caridade.
Mas a mudança não dura muito tempo, não.
No próximo ano, na
noite de 31 de outubro, Jack está indo para casa quando o Diabo aparece.
Jack, esperto como sempre, convence o diabo a pegar uma maçã de uma árvore. O
diabo aceita e quando sobe no primeiro galho, Jack pega um canivete em seu
bolso e desenha uma cruz no tronco. O diabo promete partir por mais dez
anos. Sem aceitar a proposta, Jack ordena que o diabo nunca mais o aborreça. O
diabo aceita e Jack o liberta da árvore.
Para seu azar, um
ano mais tarde, Jack morre. Tenta entrar no céu, mas sua entrada é negada. Sem
alternativa, vai para o inferno. O diabo, ainda desconfiado e se sentindo
humilhado, também não permite sua entrada. Mas, com pena da alma perdida, o
diabo joga uma brasa para que Jack possa iluminar seu caminho pelo limbo. Jack
põe a brasa dentro de um nabo para que dure mais tempo e sai perambulando. Os
nabos na Irlanda eram usados como suas “lanternas do Jack"
originalmente. Mas quando os imigrantes vieram para a América, eles acharam que
as abóboras eram muito mais abundantes que nabos. Então Jack O’Lantern
(Jack da Lanterna) na América passa a ser uma abóbora, iluminada com uma
brasa.
Sua alma penada
passa a ser conhecida como Jack O’Lantern (Jack da Lanterna). Quem presta
atenção vê uma luzinha fraca na noite de 31 de outubro. É Jack,
procurando um lugar.
Fonte: JCNS,I Love