Vem aí o hambúrguer artificial com carne de laboratório

O primeiro hambúrguer de carne criada em laboratório, a partir da reprodução de fibras musculares geradas de células-tronco bovinas, poderá ir à mesa em outubro deste ano, disse o líder do projeto de criação de carne artificial da universidade alemã de Maastricht, Mark Post, na reunião anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência, em Vancouver, no Canadá.

E, de acordo com o jornal Financial Times, onde a notícia foi publicada, o pesquisador quer convidar o célebre chefe de cozinha Heston Blumenthal para prepará-lo - Blumenthhal é dono do restaurante inglês The Fat Duck, eleito em 2005 o melhor do mundo pela Restaurant Magazine.
Segundo informações publicadas pelo jornal, a carne feita em laboratório, ao menos por ora, não tem a aparência suculenta de um grosso bife mal passado de churrascaria, porque não têm sangue. É, ao contrário, de uma palidez rosacea e amarelada. Por isso, o visual é um dos pontos nos quais a equipe de Post sabe que terá que concentrar esforços daqui para frente.

Caso de fato vingue, a tecnologia poderá ter imensas implicações para o Brasil, maior exportador de carne do mundo. Segundo os pesquisadores, uma das grandes vantagens de se produzir carne em fábricas é o rendimento. No campo, somente 15% das proteínas vegetais ingeridas pelos animais é efetivamente transformada em carne. Em laboratório, existe a expectativa é chegar a 50%.Um das curiosidades a respeito da produção de carne em laboratório é que, para que cresçam, as fibras musculares precisam ser exercitadas. Por isso, são flexionadas e esticadas nos discos nos quais são produzidas e alimentadas com proteínas vegetais e nutrientes semelhantes aos encontrados na dieta dos bovinos. Até que o processo possa ser reproduzido em escala indústrial, porém, os pesquisadores estimam que levarão ainda de dez a 20 anos.

Em tempo: de acordo com as mesmas fontes, células de gordura, para garantir o sabor dos hambúrgueres, também estão sendo testadas em laboratório, e serão misturadas às fibras musculares.

Fonte: iG Último Segundo