As maiores decepções do cinema em 2012


2012 foi o ano das franquias, sequências, refilmagens e reboots. Hollywood chegou ao ápice da falta de criatividade, e escolheu os caminhos mais fáceis possíveis para conseguir tirar dinheiro do público.
Fomos bombardeados com filmes-pipoca, que em sua maioria não tinham qualidade para chegar às telonas.

Com o avanço da tecnologia 3D, muitos filmes focaram-se apenas em criar efeitos visuais, e esqueceram de dar importância ao enredo.

No mais, tivemos grandes produções, que apesar de ter orçamento inflado - vide 'Os Vingadores' e 'Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge' - mantiveram a boa qualidade e agradaram crítica e público.

Na lista abaixo, elegemos os 10 filmes que mais Decepcionaram no ano que passou. Esta lista não indica os 10 Piores filmes de 2012, de maneira alguma. Alguns filmes abaixo são até bons, mas não conseguiram cumprir o peso da promessa que o antecedia.

Já ouviu a expressão "Expectativa vs. Realidade"? Levando em conta a expectativa em torno do lançamento, criamos abaixo a lista dos filmes que mais decepcionaram.

Vamos lá:

10. A Saga Crepúsculo: Amanhecer - Parte 2

Como este era esperado apenas pelos fãs ávidos, o tombo não foi grande para todos - só para eles.

Não que o livro ajude: eles passam o tempo todo se preparando para uma batalha que não acontece. A maneira que os produtores escolheram transportar isto para o filme, em forma de blefe, também não agradou.

Quem pensa que a franquia teria um final machadiano, no estilo 'a guerra leva à paz', foi completamente enganado. Assim como 'A Saga Crepúsculo: Amanhecer – Parte 1', a segunda parte foi um entretenimento pipoca e adolescente, que deixou apenas os fãs da saga satisfeitos.

Por fim, a guerra entre os fãs e os haters no mundo real foi muito mais interessante que a guerra do filme.

9. Battleship - A Batalha dos Mares

Uma das maiores apostas da Universal Pictures para 2012, 'Battleship - A Batalha dos Mares' afundou - como no jogo Batalha Naval.

Nem como Blockbuster funcionou essa adaptação do famoso jogo Battleship, dirigida por Peter Berg (Hancock) e estrelada pelo pé-frio Taylor Kitsch (John Carter), Alexander Skarsgård (Melancolia), Liam Neeson (Desconhecido) e a cantora Rihanna.

O longa narra a invasão da Terra por alienígenas e uma batalha onde os terráqueos estão em desvantagem. Kitsch é Hooper, um jovem rebelde sem muitas pretensões, que é levado para a Marinha pelo irmão (Skarsgård). Sua imaturidade e egoísmo faz com que todos a seu redor desacreditem dele. Mas é colocado à prova, em uma batalha contra alienígenas. A narrativa se apóia em clichês do gênero e em uma trilha sonora potente, ora com clássicos do rock ora original.

No mais, Battleship - A Batalha dos Mares é um festival de clichês que não funcionam.

8. Resident Evil 5: Retribuição

Dirigido pelo cineasta inglês Paul W.S. Anderson 'Resident Evil 5: Retribuição' dá um show na sua abertura em slow down, trocando de perspectiva (totalmente inversa), de trás pra frente. São 5 minutos empolgantes, a desconstrução dos fatos é inteligente e marcante. Pena que de coisas boas (fora a presença sempre bela de Milla Jovovich), só isso.

O lado positivo? Foi bem menos pior que 'Resident Evil 4: Recomeço'.

Na trama, voltamos a ser guiados por Alice (personagem da belíssima ucraniana Milla Jovovich) em uma luta, dessa vez, a favor de um movimento de resistência da raça humana contra os poderosos trunfos da Corporação Umbrella. Alice e sua roupa masoquista mais os humanos que restaram se envolvem em uma guerra implacável contra aliens, mortos-vivos, parasitas que soltam balas pelas unhas, clones e muitas outras criaturas do mal. (Raphael Camacho)

7. Anjos da Noite 4: O Despertar

Em 'Anjos da Noite 4: O Despertar', a vampira Selene (Kate Beckinsale) acorda após ser mantida em estado de coma durante doze anos, e descobre que tem uma filha, chamada Nissa.

Este é o enredo. Ou a falta de enredo. A produção começa e termina sem adicionar nada à franquia, deixando apenas a bela Kate Beckinsale, que viveu a vampira Serena nos primeiros dois filmes da franquia, brilhar.

Com pouco tempo de duração, a história deixa a desejar. Vale apenas à pena para assistir Beckinsale em seu uniforme de couro. Sequência totalmente desnecessária, que afundou a franquia.

6. Sombras da Noite

O cineasta Tim Burton parece estar sofrendo de crise criativa nos últimos anos. Em 'Sombras da Noite', ele conta a história de um vampiro - interpretado por Depp - que depois de 200 anos enterrado volta ao lar que sua família "construiu com sangue".

Mesmo sendo um longa com personagens interessantes, a trama esbarra em esquinas já visitadas pelo diretor. No fim, o que deveria ser uma de suas melhores produções, encerra como um filme confuso e bagunçado. Nem mesmo o gênero é bem definido, esbarrando no suspense, comédia, terror... Triste ver um diretor tão talentoso totalmente perdido.

O longa marca a oitava parceria entre Depp e Burton, e também a mais fraca delas: 'A Fantástica Fábrica de Chocolates', 'A Noiva Cadáver', 'Ed Wood', 'Edward - Mãos de Tesoura', 'A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça', 'Sweeney Todd' e 'Alice no País das Maravilhas'.

5. John Carter: Entre Dois Mundos

Biggest Disney FAIL. EVER.

O fracasso gigantesco de 'John Carter: Entre Dois Mundos' causou a demissão de Rich Ross, presidente da Disney. Mundialmente, o filme arrecadou US$ 269,8 milhões. A adaptação cinematográfica de 'A Princesa de Marte' (John Carter de Marte) precisava arrecadar, no mínimo, US$ 700 milhões mundialmente para render lucro a Walt Disney. O orçamento do projeto foi de altíssimos US$ 250 milhões, sem contar nos gastos de marketing.

A adaptação da história, escrita há 100 anos, é o grande problema da produção. Com um roteiro cheio de furos e passagens que são explicadas superficialmente, a missão do protagonista e seus motivos não convencem e a trama fica embaralhada.

Na contramão do roteiro confuso, a direção de Andrew Stanton ('Procurando Nemo') é magnânima. Com sets gigantescos e efeitos especiais de primeira, o diretor mostra segurança ao dirigir atores de carne-e-osso, e consegue criar cenas mirabolantes e um visual detalhista e convincente. Em muitos momentos, você realmente acredita estar em Marte.

John Carter (Taylor Kitsch) é inexplicavelmente transportado para Marte, onde se vê envolvido em um conflito de proporções épicas entre os habitantes do planeta, incluindo Tars Tarkas (Willem Dafoe) e a atraente Princesa Dejah Thoris (Lynn Collins). Em um mundo à beira do colapso, Carter descobre que a sobrevivência de Barsoom e de seu povo está em suas mãos.

4. Prometheus

Desculpe o trocadilho, mas Prometheus prometeu e não cumpriu.

O visionário diretor Ridley Scott retornou ao gênero que ele ajudou a definir, criando um épico de ficção-científica original em um dos lugares mais perigosos do universo. Só que não!

Com uma trama que referencia seu outro sucesso icônico Alien, Prometheus mostra - num futuro não tão distante, a busca dos humanos por seus criadores. Num planeta estranho, uma tripulação dirigida por Meredith Vickers (Charlize Theron), composta pelo robô David (Michael Fassbender), pela arqueóloga Elizabeth Shaw (Noomi Rapace) e outros personagens que perdem sua importância no decorrer da narrativa. Toda a tecnologia que não existia na época de seu auge criativo, se tornam fundamentais na produção deste último. Mas isso não torna Prometheus tão importante quanto as jóias do cineasta.

3. O Vingador do Futuro

A refilmagem da já clássica ficção-científica estrelada por Arnold Schwarzenegger e dirigida pelo "mestre" Paul Verhoeven decepcionou.

Essa nova versão centra-se no ator Colin Farrell que vive o papel do protagonista (Douglas Quaid) e que concorria ao papel principal com os astros Tom Hardy (A Origem) e Michael Fassbender (Bastardos Inglórios). No final, venceu a "concorrência" o ator menos qualificado e com isso o filme já sai perdendo bastante em sua disputa com o seu antecessor.

A produção termina decepcionando, especialmente porque vende um produto que não é compatível com o filme apresentado. A ideia deste remake parecia muito legal, uma história que hoje pode ser contada de uma maneira mais próxima aos contos de Dick justamente por causa das possibilidades que o avanço dos efeitos especiais podem proporcionar. Mas o que parecia muito promissor no papel termina sendo engolido por um excesso de ação desenfreada e uma das principais questões do 1° filme: o questionamento fantasia-realidade se torna muito sutíl e em alguns momentos até inexistente. (Silvano Vianna)

2. O Legado Bourne

A trilogia Bourne se tornou uma das mais prestigiadas séries cinematográficas da atualidade, e uma franquia extremamente cultuada. A forma como os responsáveis (os diretores Doug Liman e Paul Greengrass, e o roteirista Tony Gilroy) trataram o material original, com seriedade e complexidade, salpicando o texto com cenas de ação críveis de tirar o fôlego, se mostrou uma receita eficiente, e uma fórmula vencedora. Tanto que podemos dizer que Bourne influenciou sua influência. James Bond entrou na era Craig com cenas de ação verossímeis, mais interessado em sua trama, e no aprofundamento de seus personagens. No entanto, não há como esconder o sentimento de que a investida de fôlego novo na série Bourne é um tremendo caça-níquel.

O resultado final é que “O Legado Bourne” provavelmente não se manteria de pé como projeto solo, se não fizesse parte de uma franquia estabelecida e querida. (Pablo Bazarello)

1. O Espetacular Homem-Aranha

Um dos personagens mais populares do mundo voltou às telonas quando um novo capitulo de sua saga foi revelado em 'O Espetacular Homem-Aranha'. Focando numa história ainda não revelada, que traz um novo lado da vida de Peter Parker, o novo filme foi estrelado por Andrew Garfield, Emma Stone, Rhys Ifans, Denis Leary, Campbell Scott, Irrfan Khan, com Martin Sheen e Sally Field.

Na promessa de fazer o mesmo sucesso que a ótima trilogia dirigida por Sam Raimi, o filme decepcionou. Apesar de ser mais fiel aos quadrinhos, o reboot teve um roteiro chulo e cheio de furos, que prometem ser explicados na sequência.

'O Espetacular Homem-Aranha' não foi um filme ruim, mas desnecessário. Por fim, aumentou a sensação de: "Precisava?".

O Espetacular Homem-Aranha é a história de Peter Parker (Garfield), um estudante rejeitado por seus colegas e que foi abandonado por seus pais ainda criança, sendo então criado por seu
Tio Ben (Sheen) e pela Tia May (Field). Como muitos adolescentes, Peter tenta descobrir quem ele é e como ele se tornou a pessoa que é hoje. Peter também está começando uma história com sua primeira paixão, Gwen Stacy (Stone), e juntos eles lidam com amor, compromissos e segredos. Quando Peter descobre uma misteriosa maleta que pertenceu a seu pai, ele começa uma jornada para entender o desaparecimento de seus pais – o que o leva diretamente à Oscorp e ao laboratório do Dr. Curt Connors (Ifans), antigo sócio de seu pai. Procurando por respostas e uma conexão, Peter comete um erro que o coloca em rota de colisão com o alter-ego do Dr. Connors, O Lagarto. Como Homem-Aranha, Peter tem que tomar decisões que podem alterar vidas, para usar seus poderes e moldar seu destino de se tornar um herói.

Fonte: Cine Pop