Homem de verdade não bate em mulher


Tudo começou com uma campanha no dia 1º de março, feita pelo Banco Mundial, para incentivar a conscientização das pessoas em torno da agressão contra mulheres. Com a adesão de famosos, dentre eles Cauã Reymond, Gabriel Braga Nunes, Thiago Fragoso, Rodrigo Simas e o judoca Flavio Canto, o propósito era tirar uma foto com a placa “Homem de Verdade não Bate em Mulher“.

Você pode até pensar que na nossa sociedade atual isto seja uma besteira, tendo em vista as conquistas femininas ao longo das décadas e dos seis anos de vigência da lei 11.340, ou Lei Maria da Penha. Mas o fato é que muitas brasileiras sofrem a violência dos seus maridos, pais, namorados e afins no seu cotidiano. Veja esses números:

Uma entre cada 5 mulheres já sofreu algum tipo de violência de um homem (Segundo o Instituto de Pesquisa Avon)
Machismo e alcoolismo são apontados como os principais fatores que estimulam este tipo de comportamento (Segundo o Instituto de Pesquisa Avon)
91% dos brasileiros dizem conhecer a Lei Maria da Penha, mas apenas 13% sabem do seu conteúdo (Segundo o Instituto de Pesquisa Avon)
Entre 1980 e 2010, mais de 92 mil mulheres foram assassinadas no país, sendo que 43,7 mil só na última década, aponta o (Mapa da Violência 2012: Homicídio de Mulheres no Brasil)


Sempre preguei a não violência tanto em discussões entre homens, como, principalmente, dos homens contra as mulheres. Acredito que o diálogo possa ser um fator de convencimento ou solução para os problemas muito mais forte e poderoso do que o ato físico em si.

Sei também, assim como já aconteceu comigo, que você já deve ter se deparado com algum tipo de agressão no seu próprio cotidiano. E na grande maioria das vezes, foi omisso.

Não me venha falar que existem mulheres que gostam, pedem e até merecem a violência. Não seja babaca, você é um cara estudado e informado, não precisa reproduzir conceitos machistas dos seus avós. Ou você é daqueles que acreditam que a mulher é apenas um objeto para servir ao homem?

Já chegou a pensar que, além das mulheres corajosas que denunciam atos em si, outras tantas sofrem caladas por anos, por medo do companheiro, receio de acabar com um relacionamento ou mesmo vergonha de serem agredidas?


É certo que muitos agressores se arrependem depois do ato. Pedem desculpas, imploram perdão, dizem sentir um amor único e garantem que isso não volta a acontecer. Mas a verdade é que a violência quase sempre volta. Assim como as desculpas. E se nada é feito para parar, pode levar à morte. Um filme que mostra muito bem isso é o brasileiro Amor?, de João Jardim.

Você, homem pacato, não agressor, está se perguntando, o que tenho a ver com isso?
Nada, mas poderia evitar que isso continuasse. Que tal denunciando seu familiar ou aconselhando seu amigo violento que o tal gesto é crime, passível de prisão?

Não precisa ser muito incisivo no começo, pode apenas se engajar na causa, tirar uma foto como estas de divulgação e divulgar nas redes sociais. Pode parecer pouco, mas aposto que vai incomodar aqueles que praticam silenciosamente a agressão.

E da próxima vez que você ouvir sua vizinha apanhando do marido, preste auxílio, denuncie e não finja que nada aconteceu. Poderia ser uma amiga sua, sua irmã ou mesmo sua mãe.

Como conferiu ai em cima, o Entre Coisas vestiu a camisa da campanha Homem de Verdade não Bate em Mulher. Se você realmente se considera um Homem de Verdade e quiser aderir à causa, basta escrever o nome da campanha em um cartaz e tirar uma foto. Ao postar no Instagram ou Twitter, é preciso citar o Banco Mundial usando@worldbanklac. Para os homens, é possível usar a hashtag #souhomemdeverdade para postar a foto.


Fonte: MHM