Incrível: criado chip com capacidade de autorregeneração


O Instituto de Tecnologia da Califórnia – CALTECH – divulgou essa semana uma pesquisa sobre a construção de um chip capaz de se autorregenerar.Membros do Laboratório de circuitos integrados de alta velocidade, da divisão de Engenharia e Ciências Aplicadas do Instituto, produziram um chip que, ao sofrer danos como baixa de energia ou pane total do sistema, é capaz de se consertar e manter seu funcionamento normalmente ou ainda com maior eficiência.

Filmes de ficção científica já caracterizam os novos robôs como difíceis de serem destruídos devido a sua capacidade de se consertarem e continuarem em funcionamento. Mas esse fato está perto de deixar de ser ficção diante desses novos chips que podem ser considerados quase como ‘indestrutíveis’.

É importante observar que, por enquanto, os experimentos estão sendo realizados somente em pequenos, porém poderosos, amplificadores. Segundo o site do instituto, esses amplificadores são de fato tão pequenos que 76 deles, somados aos recursos que necessitam para se consertarem, cabem na dimensão de uma moeda.


Para se consertar o chip não utiliza algoritmos. Dotado de sensores ele é programado para reagir em alta velocidade, como se fosse o sistema imunológico do corpo humano, e responder a estímulos e alterações como mudança de temperatura, corrente, tensão e potência. Por sua vez, as informações desses sensores são transmitidas a um aplicativo específico para circuitos integrados (ASIC – Application-Specific Integrated-Circuit) que analisa quais ações são necessárias para consertar os problemas e as coloca em prática.

Apesar da complexidade dos chips, os pesquisadores afirmam que não é necessário conhecer todos os seus aspectos, já que o próprio chip é capaz de localizar seus defeitos. Segundo Steven Bowers, um dos principais autores da pesquisa, "O desafio é que existem mais de 100.000 transistores em cada chip. Nós não sabemos de todas as coisas diferentes que podem dar errado, e nós não precisamos. Nós projetamos o sistema de uma forma geral o suficiente para que ele encontre o estado ideal para todas as suas funções, em qualquer situação sem intervenção externa".

Os chips capazes de se restabelecerem em menos de 1 segundo, ainda retornam ao seu funcionamento em melhor estado. Os amplificadores analisados reduziram seu consumo de energia pela metade e quase mantiveram seu nível de eficiência após a situação de crise. E os testes não foram simples já que a equipe explodiu várias partes dos amplificadores com um laser e mesmo assim eles se regeneraram.

Fazendo testes agressivos os pesquisadores objetivaram demonstrar que esse sistema de autorregeneração pode funcionar também em objetos maiores e com comprovada eficiência, também sob fortes tensões. 

Assim podemos prever que, logo o sistema poderá ser integrado a chips de celulares que, mesmo ao sofrerem danos de alto impacto, serão capazes de manter seguras as suas informações.

Quem quiser saber mais sobre os resultados da pesquisa, poderá conferir o texto que será divulgado na edição de março da IEEE Transactions on Microwave Theory and Techniques.

Fonte: Jornal Ciência