Saiba por que é importante cuidar dos ossos desde cedo e
veja dicas de especialistas sobre como fazer isso em diferentes etapas da vida
adulta. Entre todas as preocupações com a saúde e a aparência do corpo, os
ossos costumam ser relegados a um segundo plano. Mas, como principal
equipamento natural de sustentação do corpo, eles merecem ser alvo constante de
atenções e cuidados ao longo de toda a vida – para garantir bem-estar duradouro
e evitar maiores complicações na terceira idade.
“O pico de massa óssea se dá na terceira década de vida, na
maioria das pessoas”, explica Marcelle Xavier, geriatra do Hospital Icaraí, em
Niterói (RJ), e especialista em Geriatria e Gerontologia pela Universidade
Federal Fluminense.
“A partir de então, a densidade mineral óssea começa a cair
progressivamente. Mulheres na pós-menopausa perdem entre 0,5% e 1,5% da massa
óssea ao ano e precisam de atenção e cuidados mais intensivos.”
A razão para a saúde dos ossos preocupar mais às mulheres é
simples: os hormônios femininos são importantes para fixar o cálcio, e a falta
desse mineral é o que acaba enfraquecendo os ossos.
“No período do climatério (menopausa), é muito importante
procurar o ginecologista para fazer um acompanhamento adequado e avaliar a
necessidade de reposição hormonal; a partir daí, são recomendadas consultas
anuais”, recomenda o ginecologista Renato Sá, membro da diretoria da Sociedade
de Ginecologia e Obstetrícia do Rio de Janeiro.
Para cuidar dos ossos, medidas simples, porém eficazes,
devem ser seguidas ao longo de toda a vida.
Quem quer ter uma massa óssea saudável deve ficar atento a
quatro hábitos básicos, aponta o ortopedista Eduardo Vasquez, do Hospital São
Vicente de Paulo, no Rio de Janeiro (RJ), e membro titular da Sociedade
Brasileira de Ortopedia e Traumatologia: alimentação, prática de exercícios
físicos, exposição ao sol e sono.
Doenças metabólicas hormonais, como problemas da tireoide e paratireoide,
diabetes e Doença de Cushing são as causas mais comuns de patologias ósseas
associadas, assim como a desnutrição nas fases iniciais da vida, que ainda é
também causa importante de doença óssea no Brasil.
“Os sintomas mais comuns são o cansaço crônico, o excesso de
sono e fraturas ocasionadas por pequenos traumas”, exemplifica Vasquez. Nestes
casos, exames laboratoriais de rotina podem levar ao diagnóstico de doenças
nutricionais e/ou metabólicas.
Para evitar transtornos, o ideal é cercar-se de cuidados
desde cedo.
“O melhor tratamento para as doenças ósseas ainda continua
sendo a prevenção”, garante Leinita Balbino, chefe do setor de Geriatria do
Hospital Balbino (RJ) e membro da Sociedade Brasileira de Geriatria e
Gerontologia.
“Hábitos saudáveis de vida são a única garantia para uma
velhice sem maiores problemas de saúde. Envelhecer não é fácil, e sem saúde
fica muito mais difícil ter qualidade de vida nessa fase.”
Veja a seguir os principais cuidados recomendados por
especialistas a serem tomados em cada faixa etária para garantir aos ossos uma
saúde de ferro:
20 anos – Fase de
captação e armazenamento do estoque ósseo
Pratique exercícios
físicos regularmente: a atividade física preserva a absorção do cálcio
pelos ossos, além de aumentar a resistência e o metabolismo ósseo. Deve ser
mantida em todas as faixas etárias da vida, como medida principal de prevenção
de problemas ósseos. Leia mais: Exercício físico na dose certa é arma poderosa
contra osteoporose.
Tenha uma alimentação
equilibrada: uma dieta rica em vitaminas e sais minerais deve incluir ainda
porções ideais de cálcio, matéria-prima mais importante da estrutura óssea.
Alimentos ricos em cálcio, como verduras, derivados do leite e carnes brancas,
auxiliam a sua absorção durante a digestão dos alimentos. Também é cuidado que
deve ser mantido ao longo de todas as demais faixas etárias.
30 anos – Fase de
captação e armazenamento do estoque ósseo
Exponha-se moderadamente
ao sol: para estimular a produção de vitamina D, é fundamental tomar sol em
horários adequados - ou pela manhã ou ao final da tarde. Leia: Carência de
vitamina D não é notada e pode comprometer a saúde.
Atividade física regular deve ser mantida em todas as fases
da vida adulta, inclusive na terceira idade.
Evite o sedentarismo
e o fumo: o problema está ligado à interação entre o fumo e o hormônio
feminino, somada à liberação de radicais livres. O cigarro também diminui a
função da célula responsável pela produção da matriz óssea, o que também
ocasiona uma maior dificuldade para fumantes na consolidação de fraturas.
40 anos – Fase de
manutenção do estoque ósseo
Dê atenção à qualidade do sono: é durante os períodos de
repouso que o organismo libera hormônios que ajudam na captação do cálcio ao
osso.
Monitore bem o uso de
algumas medicações: o uso de glicocorticoides e de alguns
anticonvulsivantes específicos também contribui para a perda da qualidade dos
ossos e deve ser sempre monitorado e acompanhado por médicos. Saiba mais:
Vitamina C e cálcio anulam os benefícios um do outro?
Mantenha um
acompanhamento médico na menopausa: no período do climatério, as mulheres
devem procurar o ginecologista para fazer um acompanhamento adequado e avaliar
a necessidade de passar por uma reposição hormonal.
50 anos – Fase de
diminuição do estoque ósseo
Faça complementação
de cálcio e vitamina D: recomendada mesmo em dietas já ricas nos dois
componentes. Em relação à vitamina D, o cuidado deve ser ainda maior, já que
idosos em especial estão mais sujeitos à deficiência da vitamina devido ao fato
de a produção cutânea e a estocagem serem reduzidas ao longo dos anos.
Visite o médico
regularmente: é recomendado acompanhamento médico para rastreamento e
prevenção, além da realização anual de exames de densitometria óssea para
detecção da osteoporose.
Fonte: Saúde.IG