A traição pode acontecer de diversas formas, além da
‘tradicional’, tem a virtual, em pensamento... mas e traição financeira, você
já ouviu falar? Pois saiba que ela é bem comum do que você imagina. Se você tem
idade suficiente para contar até dez, então quase certamente já passou por uma
traição financeira pelo menos uma ou duas vezes.
Talvez um amigo tenha pedido dinheiro emprestado e não
pagou. Em vez disso, ele diz que foi um presente – e incansavelmente tenta
convencê-lo.
Ou talvez seu cunhado tenha vendido seguros para você – e
você não estava precisando. Você mais tarde descobriu que ele havia embolsado
uma gorda comissão e sabia que você não precisava de seguro.
Praticamente uma a cada três pessoas (31%) admitem mentir
para seus parceiros sobre dinheiro, segundo pesquisa encomendada pela revista
Forbes, realizada com 2019 americanos.
O mesmo número de pesquisados diz já ter sido traído
financeiramente.
Entre as traições mais comuns estão esconder dinheiro (58%),
pequenas compras (54%) e contas (30%). 16% dos entrevistados admitiram esconder
grandes compras e 15% contaram ter contas secretas. Mentir sobre suas dívidas e
rendimentos é comum para 11% dos entrevistados.
Essas mentiras trazem sérias consequências ao relacionamento
como, por exemplo, o fim da confiança entre o casal. Dos casais afetados pela
infidelidade financeira, 67% afirmam que as mentiras levaram a discussões e 16%
dizem que a decepção levou ao divórcio. Numero bastante significativo!
A pesquisa mostrou ainda que, pelo menos neste caso, homens
e mulheres são igualmente infiéis. E você, acha que pode estar sendo traído?
Veja dez indícios de traições financeiras, confira:
- Mudar de assunto quando o tópico é dinheiro
- Ficar na defensiva ao ouvir uma pergunta sobre dinheiro
- Insistência em lidar com as finanças do casal sozinho
- Mentir para os outros sobre dinheiro
- Pais com relacionamento pouco saudável em relação a
dinheiro
- Gastos inconsistentes com os rendimentos
- Instinto de que há algo errado
- Mudança repentina de comportamento
- Histórico de sites visitados constantemente apagados do
computador
- Já ter pego seu parceiro em uma traição anterior
Reagindo a Uma Traição Financeira
Além da perda financeira, a decepção financeira é
catastrófica.
Estes sentimentos pesam tanto que podem te debilitar.
Você simplesmente congela. Você se torna uma pessoa sem
vontade de tomar outras decisões financeiras ou confiar nas pessoas.
Posso entender por que você reage desta forma, mas isso não
é maneira de se viver. É horrível e vai lhe
custar muito tempo em termos de
oportunidades perdidas no futuro.
Então qual é a
solução?
Minha experiência diz que há cinco etapas que você deve
cumprir para se livrar da traição financeira.
1. Controle de Danos
Se a traição financeira está acontecendo agora você tem que
estancar o sangramento. Se alguém tirou vantagem financeira de você, não
permita que esta pessoa continue agindo assim. Pode parecer óbvio, mas há gente
que diz que se dermos uma chance ao criminoso ou talvez um pouco de dinheiro,
ele se recuperará.
2. Tudo em Seu Devido
Lugar
Conforme mencionado acima, a dor emocional de uma traição
financeira pode ser mais devastadora do que a perda financeira. Em parte,
desatar o nó emocional envolve entender a verdadeira natureza das perdas
ocorridas.
Alguém lhe vendeu um seguro errado. Tudo bem, você pode
cancelar.
Seu parceiro ou parceira estourou seu orçamento? Tudo bem,
isso pode ser concertado.
Sei que pode soar ruim, mas mesmo que você perca seu pequeno
negócio, você pode abrir outro.
Se um amigo deixar você com problemas de crédito, você pode
concertar.
Você pode até mesmo sobreviver a uma falência.
Se não está doente, está tudo bem.
Pouquíssimos erros financeiros são fatais para seu futuro.
Tenha sempre isso em mente.
Não deixe que estes problemas tomem proporções desmedidas.
Isso vai lhe ajudar a estar presente e tomar decisões maduras.
É claro que o problema também não deve ser minimizado. No
entanto, na maior parte das vezes, o problema é a pessoa na sua vida que lhe traiu.
Não o custo financeiro da traição.
3. Estabeleça Limites
Certamente você não vai querer repetir o que você já viveu.
Você não quer dar ao traidor mais uma oportunidade de colocá-lo novamente nesta
posição.
Você não precisa apagar essa pessoa da sua vida. Mas você
tem que estabelecer limites de maneira que essa pessoa não abuse mais uma vez
da sua boa vontade.
Se alguém já demonstrou que não tem caráter, não faça mais
nenhum negócio financeiro com essa pessoa. E ponto final.
É mais fácil se essa pessoa não é seu ou sua parceira. Mas
se for seu marido ou sua mulher a situação se complica um pouco.
Se for esse o caso, explique como essa falha impactou sua
vida financeira e emocional. Talvez seja até preciso procurar um terapeuta de
casais, pois esta é uma questão importante na relação. Digo isto por que não há
como ter uma relação feliz se você sente ressentimento por essa pessoa e se
perde a confiança.
Jogue fora seus cartões de crédito. Administre o orçamento e
pague as contas você mesmo de hoje em diante.
Faça tudo que precisa fazer. Proteja-se. Você estará fazendo
um grande favor para si mesmo e para seu ou sua parceira sendo honesto com
relação aos seus sentimentos.
4. Faça Uma Checagem
Se foi ferido por alguém próximo, você deve falar com a
pessoa que o magoou sobre o assunto. Diga a essa pessoa o que aconteceu e o que
você planeja fazer. Dessa forma você estará frente a frente com a pessoa e terá
uma resposta objetiva que o impedirá de ter uma reação emocional desmedida.
5. Entenda Quem é de
Fato o Perdedor
Quando somos passados para trás, sempre nos culpamos e
acreditamos que somos perdedores. Isso não está certo e não ajuda.
É preciso mudar? Sim.
É preciso tomar mais cuidado com as pessoas ao seu redor?
Talvez.
Mas o verdadeiro perdedor é a pessoa que tirou vantagem de
você. Tudo o que você fez foi confiar em alguém. Elas são as pessoas com
comportamento inescrupuloso. As medidas que você precisa tomar para se precaver
são poucas se comparada a ela. A outra pessoa tem que fazer muito mais que
isso. Elas têm que viver com as pessoas que elas são. Graças a Deus, não é o
seu caso.
Fonte: Vila Dois, Educação Financeira e Finanças Pessoais