Trair e teclar é só começar


Relacionamentos via internet podem arruinar relacionamentos da vida real.Um recado no Facebook, uma conversa no Messenger. Aí está o cenário para a traição online, que pode começar com flertes na página de recados e acabar em um motel. Para Henrique*, ela é como qualquer outra traição. Ao ser traído pela namorada na internet, ele teve essa sensação. Apesar da experiência ruim, ele não se imagina fazendo isso alguém. “Não posso afirmar que não o faria. Acho que terminaria o relacionamento antes se estivesse insatisfeito”.

Com Fabiana* foi diferente. Ela namorou por dois anos um colega de escola. A relação esfriou e, na mesma época, voltou a conversar com um antigo professor. Começou no Messenger, e, tempo depois, eles se encontraram. Mas dúvidas surgiram. “Eu não sabia lidar com tudo aquilo: termino um namoro de tanto tempo para tentar algo novo? Conto ou não conto? E se alguém descobre?”, diz Fabiana. Terminado o namoro, ela e o ex-namorado traído ainda são amigos: “Ele nunca descobriu, pelo menos não que eu saiba”. Mesmo assim, a garota não considera a traição online uma verdadeira traição. “Se algo começa, já existia um problema”, acredita.

Para alguns é rotina, para outros diversão, paixão e problemas. Segundo um estudo feito a traição cresce rápido na internet e vai crescer ainda mais nos próximos anos.
O detetive Fernando Lopes diz que , a maioria dos seus clientes são homens ou mulheres desconfiados(as) de que estão sendo traídos pela internet.
Para ele a traição virtual tornou-se a moda do momento e aceita socialmente, muitos dizem que não é traição pois não há contato físico.
Se envolver com alguém pela internet , pode levar ao fim de casamento , noivado , namoro , quando começa se leva tudo na brincadeira, apenas uma diversão mas conforme o tempo vai passando tanto um quanto o outro começam a anular sua rotina para estar na frente do computador , cancelam compromissos para ficar namorando na internet.
Muitos casamentos já foram realizados depois que o casal se conheceu na internet , mas para a maioria das pessoas que se aventuram , ou acreditam na pessoa que esta teclando, a situação é bem diferente.
Lembra do , “o que é proibido é mais gostoso”.Será que é isto que faz com que a pessoa se aventure com um desconhecido pela internet , ou é carência?
Estar ao lado da pessoa , não quer dizer que a conhecemos 100% e sabemos tudo que ela pensa , imagine pela internet.
O mesmo estudo revela que a cada dia aumenta o número de casados e casadas que entram nas salas de bate papo a procura de prazer.

É traição?
Segundo a coordenadora do Núcleo de Análise do Comportamento da Universidade Federal do Paraná, Lídia Weber, “Existe até jurisprudência a respeito da traição pela internet. O importante é o significado”, afirma. “Se uma pessoa acessa sites com conteúdo erótico sem contato com alguém, pode ser igual a olhar uma revista. Mas se a pessoa engaja-se em alguma atividade romântica e/ou erótica com outra, o significado é muito diferente”. De fato, há casais que alegam “quase-adultério” para se divorciarem: caso não se prove o contato físico, mas um envolvimento amoroso – através de mensagens trocadas nas redes sociais–, a pessoa que se sentiu traída pode usar isso como motivo de divórcio.

Mais além
Por que homens e mulheres traem? Para Lídia, dizer que apenas se trai quando a relação está ruim não é suficiente. “Trai-se por inúmeras razões: insatisfação com o parceiro, busca de emoções frescas, fuga do tédio, oportunidade, vingança da traição do outro, falta de compromisso do outro…”, elenca. Outra questão é como saber se alguém está traindo ou não. Ângela Carvalho, sexóloga, acredita que o primeiro indício é o desinteresse da pessoa pelo relacionamento. A médica afirma que, para evitar futuras traições, o amor entre o casal deve ser um constante aprendizado. “O amor requer um investimento contínuo das partes envolvidas. O diálogo continua sendo primordial em qualquer tipo de relação humana”, acredita. “Talvez por isso o relacionamento virtual seja tão atraente, pois nele há oportunidade de conhecimento, enquanto que nos relacionamentos ‘reais’ nem sempre estamos dispostos a ouvir com toda a atenção o que o outro tenta nos passar através de palavras, olhares e gestos”, completa Ângela.

*Os nomes dos entrevistados foram trocados por pseudônimos.

Fonte: Jornal Comunicação,Gordinhas Assumidas