Dismorfofobia ou síndrome da distorção da imagem


O transtorno dismórfico corporal, também conhecido por dismorfofobia ou síndrome da distorção da imagem, é um transtorno psicológico caracterizado pela preocupação obsessiva com algum defeito inexistente na aparência física a respeito do próprio corpo acompanhado de idéias persistentes sobre o modo como percebem a própria aparência corporal.

Os pensamentos persistentes sobre “defeitos” na aparência corporal são praticamente delirantes, além de intrusivos à consciência, difíceis de resistir e em geral acompanhados por compulsões rituais de olhar-se no espelho constantemente.

No Transtorno Dismórfico Corporal são mais comuns as queixas que envolvem defeitos faciais,no caso de Michael Jackson, como por exemplo, em relação à forma ou tamanho do nariz, do queixo, calvície, etc. As queixas geralmente envolvem falhas imaginadas ou, se existem são bem mais leves que o paciente imagina, na face ou na cabeça, tais como perda de cabelos, acne, rugas, cicatrizes, marcas vasculares, palidez ou rubor, inchação, assimetria ou desproporção facial, ou pêlos faciais excessivos.

Outras preocupações comuns incluem o tamanho, a forma ou algum outro aspecto do nariz, dos olhos, pálpebras, sobrancelhas, orelhas, boca, lábios, dentes, mandíbula, queixo, bochechas ou cabeça. Não obstante, qualquer outra parte do corpo pode ser o foco de preocupação do paciente, inclusive podem envolver outros órgãos ou funções, como por exemplo, preocupação com o cheiro corporal que exalam, mau hálito, odor dos pés, peso corporal, etc. Embora a queixa seja frequentemente específica, algumas vezes pode ser vaga e alguns pacientes podem apenas se queixar de uma “feiúra” geral.

Grande parte dos pacientes portadores dessa síndrome recorre aos tratamentos dermatológicos ou cirurgias plásticas. Na maioria das vezes, existe uma insatisfação com os resultados obtidos, o que leva o paciente a se expor a novos tratamentos e riscos desnecessários. Estima-se que entre as pessoas que procuram cirurgia plástica, aproximadamente 9% são portadores de TDC.

Buscar um modelo quase inatingível de beleza pode ser frustrante para a maioria das pessoas, mas não é apenas a auto-estima que está prejudicada, a saúde física e mental também corre sérios riscos. A ansiedade para alcançar a tal beleza é tão grande que pode se tornar depressão. Isso gera um isolamento prejudicial aos relacionamentos pessoais e profissionais.

Doenças relacionadas ao Transtorno Dismórfico Corporal

Transtornos alimentares (anorexia; drunkorexia; bulimia) e a vigorexia são doenças relacionadas ao Transtorno Dismórfico Corporal.

Anorexia
Mais comum em mulheres, a doença faz com que as pessoas queiram emagrecer a todo custo porque se vê gorda, mesmo estando muito abaixo do peso. Para isso, métodos são utilizados para não engordar como: evitar alimentos calóricos, comer menos ou fazer exercícios em excesso.

Drunkorexia
Também conhecida como anorexia alcoólica, caracteriza-se pela perda de apetite provocada pelo consumo excessivo de álcool.
Bulimia
Um transtorno mental que se caracteriza por episódios repetidos de ingestão excessiva de alimentos num curto espaço de tempo (as crises bulímicas), seguido por uma preocupação exagerada sobre o controle do peso corporal. Esta preocupação leva a pessoa a adotar condutas inadequadas e perigosas para sua saúde, como provocar o vômito, tomar laxantes ou diuréticos.

Nesse caso, acontece o que os médicos chamam de episódios bulímicos, ou seja, existe uma compulsão alimentar em que o individuo come descontroladamente, se sente frustrada, triste, cheia e fisicamente se sente mal.

Vigorexia
Mais comum em homens, se caracteriza por uma preocupação excessiva em ficar forte a todo custo. Apesar dos portadores desses transtornos serem bastante musculosos, passam horas na academia malhando e ainda assim se consideram fracos, magros e até esqueléticos. Uma das observações psicológicas desses pacientes é que têm vergonha do próprio corpo, recorrendo assim aos exercícios excessivos e às fórmulas mágicas para acelerar o fortalecimento como, por exemplo, os esteróides anabolizantes.

Se o vaidoso faz exercícios para manter a auto-estima e a saúde em alta, o dismórfico faz disso uma obsessão, podendo comprometer inclusive a integridade física do corpo.

Tratamento do Transtorno Dismórfico Corporal

Quem sofre do Transtorno Dismórfico Corporal, na maioria das vezes não assume a doença, ou por não acreditar que há problema ou por vergonha. Segundo psicanalistas, nestes casos, o apoio da família é fundamental. Buscar um acompanhamento com especialista é necessário para indicar o melhor tratamento. Quem tem um amigo, ou familiar, com traços da síndrome não deve encarar como futilidade ou como idéia delirante. Deve apoiar para não agravar o problema para um caso depressivo.

Fonte: Portal Veneza,Copacabana Runners