O Deus cristão


De um certo ponto de vista prático e realista, essas religiões cristãs pregam um Deus burro e limitado, já reparou? O Deus cristão, explicitamente humano, temperamental e vingativo, foge completamente daquela que seria sua concepção mais nobre, elevada e acertada, a de um ser plenamente inteligente, uma inteligência suprema, propriamente dita.

Vamos a um dos dogmas mais conhecidos: O castigo eterno por nossos pecados, no inferno. Então tá! Deus cria uma porção de seres, humanos, de uma complexidade e capacidade de sobrevivência tais, que fazem de sua criação o ser mais próximo à perfeição, neste planeta. Ok! Mas esta sua criação possui inclinações naturais das quais depende para sobreviver. Vamos pegar uma delas, o sexo, por exemplo. O Deus cristão nos criou dotados da inclinação sexual para a reprodução, mas na verdade, se fizermos sexo por mero prazer, e pior, com vários parceiros (não necessariamente ao mesmo tempo), estaremos pecando! E como pecadores, estamos condenados a torrar eternamente no inferno. Pois é. A história, na verdade, não bate, é incoerente, é um sistema burro e contraproducente.

Qualquer pessoa que costume refletir sobre essas coisas chegará à conclusão de que Deus, independente de qual possa ser sua natureza, está bem longe de ser assim. Sendo um ser plenamente inteligente (ou haveria uma chance de Deus ser burro??? Não, né!) teria coisas melhores a fazer do que ficar brincando de marionetes, criando seres com armadilhas em si mesmos para que nelas caiam na primeira oportunidade, com vistas a arderem no inferno. Imagine você: Uma “baita trabalheira” para criar um universo inteiro, um sistema planetário como o nosso. Um planeta de clima adequado que possibilitasse a sobrevivência de toda uma cadeia biológica. Seres como nós, repito, de uma complexidade fascinante, para de repente “pegar e jogar no lixo”, dizendo: “Esse aqui é sem-vergonha, não presta, vai pra fogueira”. Essas suposições me doem o raciocínio. E não é caso de as pessoas aceitarem isso. Elas nem se dão o trabalho de pensar nisso.

Medo!

Mais uma vez, essa é a palavra chave para entender todos esses dogmas religiosos. Convencendo seres inconscientes e, portanto influenciáveis e sugestionáveis, de que uma dada inclinação natural é algo “ruim”, fica fácil instilar-lhes a culpa. Sentindo-nos culpados, somos facilmente manipuláveis, pois faremos de tudo em busca da salvação:

“Olha, esqueça que o sexo é um mecanismo biológico natural! Ele é sujo, nojento, ridículo e PECAMINOSO”. Não façam sexo. Deus não gosta (apesar de em toda a sua perfeição, ter ele mesmo criado o sexo. Deuses também erram???). Não, Deus não gosta que você faça sexo, muito menos com várias pessoas. Se você fizer, estará condenado. Sim, condenado a arder nas chamas do inferno durante o resto da ETERNIDADE. Pois bem, mas Deus é misericordioso. “Sim, ele nos oferece uma saída: Basta que você o aceite como seu Salvador, e frequente a nossa igreja, e nos contribua com um dinheirinho todo o mês e pronto, você se liberta dos pecados.”

Então você vai lá, ouve o pregador, deixa uma parte dos seus ganhos com ele, e vai pra casa, livre e leve, com a alma renovada, perdoado e salvo dos seus pecados. Mas então, a natureza fala mais alto, e o instinto sexual (ou qualquer outra de nossas inclinações naturais) bate novamente no sujeito. E ele “peca” novamente. Pronto, instaurou-se o círculo vicioso. Impregnado até a alma de culpa por ter mais uma vez pecado, lá vai o sujeito novamente em busca de salvação na igreja mais próxima, munido com uma parte de seus rendimentos. Eis o mercado da salvação. Enfim, esqueça isso tudo, não acredite em nada mais que não leve você a ter a certeza de que, independente de qualquer fato, você é um ser divino e na pior das hipóteses, a obra-prima na natureza.

O trabalho das igrejas foi tão bem feito, que mesmo dizendo o absurdo de que fomos gerados pelo pecado, as pessoas acreditam, e continuam se achando “um nada”, afinal, tudo é pecado. A salvação não está neste mundo, porque se estivesse, seria pecado também. Por isso jogaram a salvação para depois da morte, afinal, de lá ninguém veio até hoje para contar como foi. E quando voltaram, e voltam ainda hoje, são tachados os mortos de demônios, e os médiuns, de esquizofrênicos.

E não bastasse essa volta toda, quando o sujeito está a beira da morte, quando não tem mais utilidade para mais nada, então bastam 5 minutos de um arrependimento “sincero” (na beira da morte até eu vou me arrepender sinceramente) e pronto, seus problemas “se acabaram-se”. Tá tudo perdoado! Vai em paz, filho!