Desodorantes x antiperspirantes: qual a diferença?


Com este clima muito quente em várias partes do Brasil, estamos suando muito até mesmo no inverno. Por isto achei interessante falarmos de desodorantes. Mais especificamente da diferença entre desodorantes e antiperspirantes.

Desodorantes garantem tranquilidade de ir e vir
Uma manhã anuncia que o dia vai ser quente. Já às 8 horas da manhã, os termômetros apontam mais de 25 graus e quem pode adivinhar a temperatura máxima do dia? Você passa a sentir na pele que o seu corpo está "derretendo" e a sensação de frescor do banho cede lugar para o desconforto e o constrangimento das roupas úmidas e, infelizmente, aquele cheirinho desagradável começa a predominar sobre o aroma de sua colônia preferida. Nesta situação, tudo o que você quer é um bom banho, mas nem sempre isto é possível. 

Entretanto, grande parte deste incômodo pode ser evitado quando você escolhe o desodorante que melhor se adapta ao seu estilo, ritmo de vida e as características de seu organismo.

Transpirar: um processo natural e necessário
Antes de tudo, é bom deixar claro que a transpiração é um processo natural. É através dela que mantemos o equilíbrio da temperatura do corpo. Em nosso organismo, a transpiração fica sob responsabilidade das glândulas sudoríparas, sendo que cada pessoa possui cerca de 3 milhões de glândulas sudoríparas, distribuídas por toda a superfície corporal.

As glândulas sudoríparas são estruturas tubulares divididas em duas partes: uma delas, enovelada e profunda, secreta o suor, e outra, condutora, atravessa a derme até a superfície. Elas são divididas em dois tipos: as apócrinas e as écrinas.

O funcionamento das glândulas
As glândulas sudoríparas apócrinas são ativadas a partir da puberdade e, em geral, desembocam nos folículos polissebáceos (e onde também emergem os pêlos e as glândulas sebáceas, que produzem a oleosidade da pele). Distribuídas em locais específicos do organismo, como as axilas, região púbica e região peitoral, a atividade dessas glândulas é estimulada principalmente por fatores emocionais, como o medo, a apreensão e a dor. A secreção dessas glândulas possui aspecto "leitoso" (levemente esbranquiçado), sendo liberada em pequenas quantidades e em longos intervalos de tempo. Esta secreção contém proteínas, carboidratos, lipídeos e outras substâncias que vão servir de alimento para as bactérias que vivem na pele.

Consideradas as verdadeiras glândulas sudoríparas, as glândulas écrinas são responsáveis por secreções incolores e inodoras, compostas por 99% de água. São ativas desde o nascimento e encontram-se espalhadas por todo o corpo, em maior quantidade nas palmas das mãos, nas plantas dos pés e nas axilas. São glândulas tubulares que desembocam diretamente na superfície cutânea, ativadas pelo calor e pelo estresse, podendo atingir uma produção de até 12 litros em 24 horas num organismo desregulado.

Axilas: glândulas sudoríparas em abundância
Pelo predomínio tanto de glândulas sudoríparas apócrinas como écrinas, as axilas são locais com maior sudorese e, portanto, mais predispostas à produção de odores desagradáveis. Além disso, as axilas são o ambiente ideal para a proliferação de bactérias, por serem mornas e úmidas. Unindo estes dois aspectos, é possível entender como o odor indesejado associado à transpiração aparece mais nesta área, já que ele nada mais é do que o resultado da digestão da secreção pelos microorganismos.
Apesar de ser um processo natural do organismo, a transpiração é sempre um tema delicado. Isso porque o assunto nos lembra a questão dos cheiros indesejados associados ao suor.

Afinal, por que o suor está associado aos cheiros indesejados?
Para entender como o mau-cheiro surge é necessário entender que na nossa pele existem uma série de bactérias. Muitas dessas bactérias "alimentam-se" das secreções eliminadas pelas nossas glândulas. Na transpiração, as bactérias decompõem a secreção de aspecto leitoso, rica em nutrientes, eliminada pela glândula sudorípara apócrina. Neste processo de decomposição, são geradas várias moléculas menores que são responsáveis pelo aparecimento do mau-cheiro. Para evitar a formação dos cheiros indesejados, torna-se necessário diminuir o número de bactérias ou reduzir a eliminação da secreção produzida pelas glândulas sudoríparas.

Para isso, os técnicos desenvolveram os desodorantes com o objetivo de eliminar as bactérias, controlar a transpiração e evitar o desconforto do mau-cheiro, sem trazer danos ao organismo. Nesta categoria, existem dois tipos diferentes de produtos:

1) Desodorantes: reduzem a formação do mau-cheiro através de sua ação bactericida (eliminam as bactérias);
2) Antiperspirantes: agem reduzindo a taxa de transpiração.

Nota: Os antiperspirantes também possuem ação desodorante. Já um desodorante não possui ação antiperspirante.

Desodorante: eliminando as bactérias
Uma dúvida comum entre os consumidores é a de saber distinguir um desodorante de um antiperspirante. De fato, estes produtos apresentam diferenças nas formulações e na amplitude de sua ação.
Um desodorante com ação bactericida tem como principal função eliminar as bactérias que "residem" nas axilas, consequentemente, diminuem o odor da transpiração, já que não existem microorganismos para "digerir" o suor. Sua formulação contém agentes bactericidas, como o etanol (álcool) e, quase sempre, uma fragrância envolvente e refrescante. Este tipo de formulação é denominada normalmente como desodorante, seja pelos técnicos como pelos consumidores.

Antiperspirantes: suor sob controle
Já um antiperspirante, antitranspirante ou moderador da transpiração apresenta ingredientes ativos que atuam nos ductos das glândulas sudoríparas e controlam a saída do suor, sem prejudicar a saúde. Estes ingredientes são substâncias com efeito hipohidrótico (reduzem a transpiração), como os sais de alumínio e os de alumínio associados ao zircônio. Este tipo de produto é normalmente denominado de desodorante antiperspirante, pois apresenta as duas funções como explicado anteriormente.

Dicas na hora de escolher
A escolha entre um desodorante e um antiperspirante depende da necessidade de cada pessoa, que varia de acordo com o organismo e o nível de atividade diária. Algumas transpiram excessivamente e se sentem esteticamente incomodadas com as roupas molhadas e os odores indesejados. Para essas pessoas é indicado o uso de antiperspirantes, que irão diminuir o nível de sudorese nas axilas, controlando o problema. 

Para quem não apresenta um volume de suor elevado e gosta de produtos mais refrescantes, os desodorantes podem ser suficientes, considerando que seus ingredientes ativos eliminam as bactérias responsáveis pela formação do mau odor.

Os desodorantes e antiperspirantes são vendidos em diferentes tipos, não existe regra para a escolha do melhor tipo, cada um usa o que acha mais adequado:

1. Creme: é a melhor opção para quem depila as axilas com lâmina, pois hidrata a pele. 
2. Aerosol: é o tipo que mais causa irritação na pele e causa mancha nas roupas. 
3. Spray: pode causar ardência nas axilas para quem tem pele sensível. 
4. Roll-on: é o tipo menos indicado por ter contato direto com as axilas durante a aplicação podendo haver contaminação.

Sabendo da importância do uso de desodorantes e antitranspirantes não podemos deixar de falar dos riscos do uso desse produto. 

Segundo dermatologistas os desodorantes ou antitranspirantes podem sim causar o escurecimento das axilas quando utilizados durante a exposição ao sol por conterem álcool. 

Essa dica não vale apenas para desodorantes ou afins, nenhum produto que contenha álcool deve ser usado durante a exposição ao sol, pois pode provocar manchas na pele.

Há diversos boatos de que o uso de antitranspirantes ou antiperspirantes causa câncer de mama, devido à concentração de compostos de alumínio, em mulheres que usam o produto logo após a depilação das axilas com lâmina. Porém a Anvisa não confirmou tal relação entre antiperspirante e câncer de mama, veja aqui.

Há também uma grande quantidade de pessoas que apresentam sensibilidade a antiperspirantes, apresentam coceira e irritação nas axilas e em casos mais graves as irritações chegam a sangrar.  

Como existem outros fatores que também devem ser avaliados, apresentamos algumas dicas para o consumidor na hora de escolher entre um antiperspirante ou um desodorante:

  • Um desodorante perfumado em spray ou aerossol, também chamado de "body spray", pode ser aplicado em todo o corpo, enquanto que o antiperspirante só deve ser usado nas axilas;
  • Se você vai praticar uma atividade física intensa, você estará bem protegido com um antiperspirante;
  • Na hora de sair, é possível escolher o desodorante de acordo com a atividade a ser realizada e seu nível de agitação e impacto emocional: 1) Se seu compromisso é uma reunião ou a participação em um seminário ou outro evento, onde você será o centro das atenções, é bom garantir a tranqüilidade com um bom antiperspirante, ainda mais sabendo que situações de estresse aceleram o processo de transpiração; 2) Se o seu compromisso for um jantar calmo, a opção pode ser um desodorante com uma fragrância envolvente; 3) Mas, se o compromisso for uma festa agitada não hesite em aplicar um antiperspirante, que o deixará protegido e seguro pelo resto da noite.
Agora que já sabe muito mais sobre desodorantes e antiperspirantes acreditamos que você terá maior segurança na escolha dos melhores produtos para atender suas necessidades.

Fonte:  Portal Homem, Cosmeticnow, Diva todo dia