Para quem tem filhos, netos, sobrinhos, afilhados, etc.
etc. etc. Quem consegue impedir suas crianças de brincar em uma cama elástica, ou no famoso
“pula-pula”, como aqueles castelinhos infláveis? Obviamente, ninguém. E é
justamente por isso que cada vez mais pesquisas têm alertado para que os
responsáveis sejam
conscientes de seus perigos.
Recentemente, um estudo feito pela Academia Americana de
Pediatria revelou que camas elásticas não são seguras, especialmente para
crianças com menos de seis anos. Segundo levantamentos feitos pelo estudo,
cerca de 98.000 pessoas se feriram em camas elásticas em 2009 nos EUA. 3.100
delas tiveram que ser hospitalizadas – uma taxa de lesão de cerca de 32
ferimentos a cada 100.000 pessoas.
Agora, um novo estudo realizado pelo Nationwide Children’s
Hospital descobriu que entre 1995 e 2010 houve um aumento de 15 vezes no número
de ferimentos relacionados a brinquedos infláveis nos EUA, tratados nas
emergências entre crianças menores de 18 anos.
Só em 2010, mais de 30 crianças por dia, ou cerca de uma
criança a cada 45 minutos, foram tratadas nos prontos-socorros dos hospitais
americanos por conta de lesões associadas a brinquedos infláveis.
Fraturas (28%) e distensões ou torções (27%) foram os tipos
mais comuns de lesões. Cerca de uma em cada cinco lesões (19%) foi na cabeça ou
pescoço, demonstrando que o uso destes brinquedos podem representar sérios
riscos. Na cama elástica, ferimentos na cabeça e no pescoço foram responsáveis
por mais de 10% de todas as lesões.
Quedas (43%) foram a causa mais comum de lesão, seguida de
acrobacias e colisões.
DEIXA PAI? DEIXA MÃE?
O que os pais devem fazer, então? Impedir seus filhos de
brincar em tais atrações? Levando em conta que isso seria praticamente
impossível, os pesquisadores sugerem algumas outras atitudes.
“É hora de tomar medidas para evitar essas lesões. Garantir
que os pais estejam conscientes dos potenciais riscos, melhorar a vigilância
das crianças, desenvolver diretrizes nacionais de segurança, e aprimorar o
design dos brinquedos são os primeiros passos”, disse Gary A. Smith, diretor do
Centro para Pesquisa e Política para Lesões do hospital.
Apesar de existirem diretrizes nacionais de segurança nos
EUA para uso da cama elástica, não existem tais diretrizes para brinquedos
infláveis. “A comunidade médica e de saúde pública ainda tem de fornecer
recomendações sobre o uso seguro desses brinquedos”, disse Smith.
Os pais devem considerar os riscos antes de permitir que
seus filhos usem o brinquedo. Se permitirem, devem considerar limitar seu uso
para crianças com 6 anos ou mais, com um adulto presente para supervisioná-las.
Deixar apenas uma criança usar o brinquedo de cada vez também
diminui o risco de lesões. Se mais de uma criança estiver no brinquedo ao mesmo
tempo, elas devem ter aproximadamente a mesma idade e tamanho.
Prevenção
Confira dicas dadas por médicos e especialistas para evitar
acidentes em parques de diversão, camas elásticas e brinquedos infláveis.
Camas elásticas
- Crianças com menos de 1 ano não devem utilizar o
brinquedo. Acima dessa idade, as crianças devem brincar sozinhas, para evitar
traumas decorrentes de choques entre duas pessoas.
- Observe se as estruturas do brinquedo estão em boas
condições, como as molas, a lona (tecido) e as redes de proteção. As molas e
estruturas devem estar protegidas por panos, e deve haver espuma entre o
material e o tecido para amortizar o contato.
- A superficie onde o brinquedo será instalado deve ser
plana, para evitar que, com os choques provocados pelos pulos, a cama não se
desequilibre e caia.
- Não permite brincadeiras em locais molhados, que
potencializam escorregões e facilitam as torções.
- Não permita que a criança entre no brinquedo com calçados,
nem com objetos pontiagudos que podem machucá-las e ainda rasgar o material.
- Deve haver sempre um adulto supervisionando a brincadeira,
de preferência, um monitor fornecido pela empresa locadora.
Fonte: médicos Jamil Faisal Soni, Rodrigo Kruchelski
Machado e ONG Criança Segura.
Brinquedos elásticos
- Os brinquedos devem ter pontos de ancoragem que os impeçam
de sair voando ou caírem em cima de uma criança. O recomendado é que cada um
tenha, em média, quatro pontos de fixação.
- Não permita o uso se o vento estiver acima de 35 km/h,
pois acima dessa velocidade o brinquedo pode se deslocar a causar acidentes.
- Todo brinquedo deve possuir uma válvula no orifício de ar
para impedir que o esvaziamento seja rápido demais, permitindo uma evacuação
segura.
- Os fios do motor que enchem o brinquedo não podem estar em
contato com o público.
- A presença de um monitor é obrigatória.
- As normas devem estar fixadas no próprio brinquedo, em
lugar visível.
Fonte: ABNT/ José Carlos Lauter.
Parques de diversão
- Não ande em brinquedos sem cinto de segurança quando
observar que eles são necessários.
- Observe se o público é separado da plataforma dos
brinquedos por grades altas e obstruídas por trancas ou monitores.
- Exija que especificações como idade e altura mínima para a
utilização dos brinquedos esteja em local visível.
- Não use equipamentos com aspecto de má conservação, com
rachaduras e pintura em mau estado, nem com fios à mostra ou em contato com o
chão ou água.
- Certifique-se de que as saídas de emergência estão
desobstruídas.
Fonte: ABNT/Adibra/ Hermes Peyerl, técnico aposentado do
Cosed.i
Veja vídeos sobre acidentes: