Barriga de tanquinho: veja mitos e verdades e alcance a sua


Abdominal, massagens, cremes, alimentos diuréticos. Especialistas falam sobre o tema. Ter uma barriga enxuta é um sonho de consumo de muitas mulheres, e homens também, mas não é mesmo nada fácil de alcançar. Exige esforço físico, disciplina alimentar e ainda certa dose de “sorte genética”. Qualquer fórmula que prometa resultados rápidos, ou que inclua um procedimento único, não vai funcionar. Prepare-se para muitos exercícios aeróbicos, como corrida e natação, e uma dieta saudável, atitudes que levam ao emagrecimento de forma geral e ao desaparecimento da gordura na região abdominal.

Descubra, abaixo, alguns mitos e verdades sobre a barriga:

Exercícios abdominais diminuem a barriga?
MITO. Esses exercícios deixam os músculos abdominais bem trabalhados, mas os resultados só aparecem para quem já é magro. "Eles fortalecem a musculatura da parede do abdômen e melhoram a postura, o que protege a coluna, mas não influenciam na perda de gordura no local", explica o preparador físico Emerson Bisan, da Associação Diabetes Brasil e Nova Equipe Assessoria Esportiva. Não adianta só ficar horas fazendo abdominais, porque os músculos podem estar bem definidos, mas escondidos sob uma camada de gordura. 

Pessoas magras também podem ter barriga?
VERDADE. Embora ao olhar para um homem de pernas finas e barriga proeminente o senso comum julgue que ele seja magro, sob o ponto de visa da medicina, ele tem obesidade abdominal. "Uma pessoa com esse corpo tem gordura visceral, que é o tipo mais perigoso. Os homens assim têm mais risco de enfartar cedo", diz o endocrinologista Marcio Mancini, chefe do departamento de obesidade do Hospital das Clínicas da USP. A gordura abdominal costuma vir associada a problemas como colesterol alto, diabetes e hipertensão. É perigosa também porque a pessoa acredita que aquela barriga é natural e não procura emagrecer.

Massagens, cremes, fitoterápicos e tratamentos estéticos ajudam a perder a barriga?
MITO. Não existe esperança além do emagrecimento por meio de dieta e exercícios, ou da cirurgia plástica. Qualquer outro método é inócuo, garante o endocrinologista Marcio Mancini. "Nada disso tem comprovação científica; não são aceitos pela medicina". Segundo explica o médico, esses "tratamentos" atuam de forma superficial, enquanto que a gordura da barriga é do tipo "profunda", se encontrando ao redor do fígado, rins, vasos.

Exercícios aeróbicos são os melhores para perder a barriga?
VERDADE. De fato, as atividades aeróbicas - como corrida, caminhada vigorosa, natação, andar de bicicleta - são as mais eficientes na utilização de gordura como fonte de energia. Mas não adianta esperar resultados imediatos, nem concentrados na barriga. "Não temos como escolher a região onde vamos queimar a gordura. Para emagrecer na barriga é preciso perder a gordura geral total do corpo e é lógico que a região mais aparente será aquela com maior quantidade da gordura", diz o preparador físico.

Homens têm mais propensão a ter barriga que as mulheres?
VERDADE. "O estrógeno, hormônio feminino, favorece a deposição no tecido adiposo subcutâneo e, com isso, a mulher ganha mais gordura no quadril e coxas, nas mamas e braços", afirma Marcio Mancini. Já o homem, assim como a mulher depois da menopausa, quando os níveis de estrógeno caem, acumula mais gordura na área interna do abdômen, a chamada gordura visceral. "A boa notícia é que a gordura abdominal é mais fácil de perder com exercícios e dieta. Já a do quadril, por exemplo, é bem mais complicada", diz.

Beber chope e cerveja dá barriga?
MITO. O problema não é o chope, mas a combinação do álcool com os petiscos oferecidos nos bares, em geral bem calóricos. "O álcool não é armazenado no corpo; o organismo usa sua energia imediatamente e, portanto, armazena toda a energia da comida", explica o endocrinologista Marcio Mancini. Isso significa que um mesmo bolinho de bacalhau engorda mais se for acompanhado de uma taça de chope do que de um suco.

Depois da gravidez, a barriga nunca mais volta a ser como antes:
PARCIALMENTE VERDADE. Para comportar um bebê a pele da mulher estica muito e os músculos reto-abdominais se afrouxam. Em algumas, a pele que se distendeu não retoma sua elasticidade original e os músculos podem se afastar um do outro, o que deixa a barriga mais flácida. "A anatomia costuma mudar um pouco com a gestação", afirma o endocrinologista Marcio Mancini. 
Alimentos diuréticos e laxantes diminuem a barriga?
MITO. Ao montar uma dieta rica em alimentos diuréticos (chás, agrião, repolho, pepino, melancia, morango etc) ou tomar remédios diuréticos ou laxativos, a pessoa está aumentando a eliminação de água do corpo, mas não de gordura. "As pessoas não têm barriga grande por causa de líquidos; o problema é mesmo o acúmulo de gorduras", diz Marcio Mancini. Quem precisa de ajuda para emagrecer e perder a barriga deve procurar um profissional e nunca tomar remédios por conta própria, aconselha o médico. 

Uso de cintas faz a barriga ficar menor?
MITO. Claro que na hora em que a pessoa está usando uma cinta apertada por baixo das roupas, sua barriga parecerá menor. Mas o efeito não dura: assim que tirar o artifício, a barriga voltará ao normal. Seu uso em excesso pode causar o efeito contrário em longo prazo. "Os músculos que fazem a manutenção da postura podem ficar desestimulados, ou seja, preguiçosos", avisa o preparador físico Emerson Bisan.

Aumentar a transpiração na região abdominal faz perder a barriga?
MITO. Na esperança de perder a gordura que se acumulou na barriga, algumas pessoas exageram nas roupas ou até usam plásticos durante os exercícios físicos, para transpirar mais. Mas esse procedimento não surte efeito e é até mesmo perigoso. "A transpiração excessiva é fruto apenas da perda de líquidos, que são vitais para o funcionamento equilibrado do organismo. Pode trazer desidratação profunda e desmaios", alerta Emerson Bisan.

Fonte: Medicando, UOL