A fisiologia de um beijo


Símbolo de vínculo, afeto e aceitação, o encontro entre bocas apaixonadas é levado a sério pela ciência. Descubra o que ele representa para o corpo e por que eleva tanto o bem-estar. Um só minuto de beijo e, no entanto, quantos segundos de espanto! A frase é de Vinicius de Moraes, mas a sensação descrita é compartilhada pela maioria das pessoas. Será possível explicar racionalmente o que um gesto tão instintivo provoca dentro do organismo? 

"O beijo é um ato que faz o indivíduo se lembrar inconscientemente da amamentação, um período de entrega total. Por isso, traz conforto e confiança", avalia o ginecologista e sexólogo carioca Amaury Mendes Júnior. Para a psiquiatra Carmita Abdo, da Universidade de São Paulo, ele faz parte de uma espécie de iniciação no mundo. "A boca é o principal órgão da comunicação e aprendemos desde cedo a demonstrar afeto por meio do beijo", diz.

Nos últimos anos, a ciência se debruçou sobre o legítimo boca a boca e busca enxergá-lo inclusive como um mecanismo de perpetuação da linhagem. O homem prefere beijos molhados, por exemplo, porque tentaria lançar mais testosterona, o hormônio do apetite sexual, no corpo da mulher, despertando seu desejo. Corre uma hipótese de que o macho poderia até mesmo inferir a quantidade de estrogênio na saliva da fêmea, indício de fertilidade e boa prole.

Também se investiga como o beijo interfere no cérebro e proporciona bem-estar. Um estudo da neurocientista Wendy Hill, do Lafayette College, nos Estados Unidos, constata que o encontro bucal aumenta a produção de ocitocina, o mesmo hormônio que instiga vínculos entre o bebê e a mãe. "O beijo aplaca o estresse e faz liberar endorfinas, substâncias por trás da sensação de tranquilidade", diz Carmita.

Para Mendes Júnior, as carícias entre os lábios são ainda um indicativo de uma vida sexual saudável. "Quando um casal não se beija, a relação já não tem o mesmo afeto", afirma. Por outro lado, parceiros que investem em beijos mais calientes têm maiores chances de garantir ou resgatar a qualidade do bem-bom. "Esse ato é marcado por uma sensação erótica, já que as mucosas da boca são muito enervadas e vascularizadas, só perdendo para os genitais", explica. Dá para entender, portanto, por que a troca de saliva estreita os laços e aumenta a autoestima entre o casal. E você há de convir que não existe melhor presente para quem quer ser eternamente namorado.

Confira 10 beijos de cinema!

Ghost - Do outro lado da vida
Com Patrick Swayze e Demi Moore, várias lágrimas rolaram pela tristeza do grande amor interrompido prematuramente

E o Vento Levou
Clássico de 1940 com Vivien Leigh e Clark Gable, o beijo demonstra o despertar do desejo

Titanic
Blockbuster com Leonardo DiCaprio e Kate Winslet, foi o primeiro filme a arrecadar mais de US$ 1 bilhão mundialmente

Branca de Neve e os Sete Anões
Lançado em 1937, foi o primeiro longa-metragem de animação dos estúdios Disney

Uma Linda Mulher
Com Richard Gere e Julia Roberts, foi sucesso nas telas em 1990

Crepúsculo
A saga vampiresca Crepúsculo saiu das páginas dos livros e ganhou as telas em 2008 com interpretação do casal Bella e Edward por Kristen Stewart e Robert Pattinson

Star Wars - Guerra nas Estrelas
A forte atração entre a princesa Leia Organa e o piloto da Millenium Falcon, Han Solo rende um daqueles beijos que aplaca o estresse provocado pela luta com o lado negro da força

The Godfather - O poderoso chefão
Al Pacino em cena fascinante do filme de 1974 decreta a morte do irmão que o traiu com um beijo na boca

A Dama e o Vagabundo
Foi lançado em 1955 e pelos estúdios Disney e ainda hoje encanta crianças com sua história romântica

E.T. - O Extraterrestre
Drew Barrymore aparece pequenininha em 1982 beijando o E.T. com explícita demonstração de afeto pelo amigo

Fonte: Saúde/Abril