Foliculite e espinha: como diferenciá-las?

Sabe aquelas erupções avermelhadas que costumam aparecer nas coxas ou nas costas? O mais provável é que elas não sejam acne! Foliculite e espinhas têm um aspecto muito similar; entretanto, são inflamações provocadas por agentes distintos e que não podem ser tratadas da mesma maneira.

A acne surge a partir de uma glândula sebácea que se entope devido ao acúmulo de gordura ou de uma proteína chamada queratina – ambas componentes naturais da pele. Essa lesão do poro poderá ocorrer em vários estágios: os leves, que resultam nos cravos e comedões, e os graves, que contêm pus. Já a foliculite é uma infecção desencadeada quando a bactéria estafilococos entra na unidade do pelo – mais conhecida como folículo pilossebáceo.

Para quem não é especialista em identificar se o problema está no poro ou no folículo, essa é uma tarefa difícil, certo? E o dermatologista Claudio Wulkan, da Clínica Wulkan de Dermatologia e Ginecologia (www.clinicawulkan.com.br), confirma que o exame isolado é bastante complicado.

"Até a acne pode apresentar-se de diversas maneiras, dependendo do grau em que ela estiver. Bolinhas vermelhas no rosto e nas costas são espinhas. Já se elas estiverem em outros locais do corpo, como na virilha ou na barba, serão foliculites", ensina o Dr. Claudio.

Quer aprender as especificidades de cada uma? Veja a seguir quais são os tratamentos mais eficazes e as maneiras de se livrar desses sinaizinhos inconvenientes.


Foliculite
Primeiro, é preciso esclarecer o fato de que, apesar de o nome soar parecido, a inflamação não tem qualquer relação com a celulite, como é comum de se acreditar.

Costas, coxas, nádegas e nuca são os locais que mais costumam apresentar pelos encravados. A bactéria se “infiltra” com maior facilidade em folículos lesionados, por exemplo, por picadas de insetos e devido à depilação. Segundo o especialista, "Má higiene, excesso de suor e roupas apertadas também estão associados à foliculite".

A gravidade vai depender das camadas de pele que a inflamação atingir. Quanto mais profunda, maiores serão as chances de o corpo ficar com marcas e cicatrizes. Assim, o Dr. Claudio alerta: "Se a foliculite se agravar, pode virar um furúnculo".

Para tratar do problema, é indicado tomar o antibiótico prescrito por um especialista. Mas também é possível seguir algumas medidas preventivas, como esfoliar a pele para evitar pelos encravados, manter as mãos e unhas limpas para não contaminar os folículos e usar calças mais soltas.


Acne e espinhas
A acne surge em locais de grande concentração de glândulas sebáceas, mas, infelizmente, não é tão fácil descobrir o que a provoca. Conforme exemplifica o dermatologista, "Trata-se de uma doença multifatorial que pode ter causas genéticas, hormonais ou até mesmo ser desencadeada por infecções bacterianas de diferentes graus".

O Dr. Claudio defende ainda que cada um dos estágios demanda um tipo de tratamento; portanto, o ideal é sempre procurar um especialista. E lembre: nada de automedicação!

Enquanto o problema está no começo, a aplicação de ácido retinoide é o suficiente. As espinhas devem ser cuidadas com antibióticos. Já as lesões mais graves só podem ser tratadas com uma substância chamada isotretinoína.

 "Além disso, é possível fazer a prevenção diária com sabonetes que tiram a oleosidade, loções adstringentes, esfoliantes e limpeza de pele", explica o médico.

E então, aprendeu a diferenciar esses dois problemas de pele?

Fonte: Portal Vital