Tudo sobre a vacinação contra o HPV em meninas

A importante vacina contra o HPV em meninas entre 9 e 13 anos começará a ser distribuída pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em 10 de março e se estenderá até 2016. Por que essa vacina é necessária? Quais os riscos da infecção pelo HPV? É preciso estar por dentro do assunto para responder a essas perguntas.

Não fique de fora do tema e aproveite para espalhar a informação.

O que é?

HPV é a sigla em inglês para Papilomavírus Humano, um vírus capaz de infectar a pele ou as mucosas das pessoas. Existem mais de 100 tipos diferentes, sendo que cerca de 40 podem infectar tanto os genitais quanto o ânus. A infecção é muito frequente, porém, transitória, regredindo espontaneamente na maioria das vezes.

Quais os riscos?

De acordo com o ginecologista e obstetra Dr. Domingos Mantelli (www.domingosmantelli.com.br), o perigo está na possibilidade do câncer. "Nos casos em que a infecção persiste, ela é causada por um tipo com potencial cancerígeno. As lesões iniciais, caso não forem identificadas e tratadas, podem progredir para o câncer, principalmente no colo do útero, mas também na vagina, vulva, ânus, pênis, orofaringe e boca", explica o profissional.

Quais os tratamentos?

Não existe tratamento específico para eliminar o vírus. O tratamento das lesões deve ser individualizado, dependendo do estado de cada paciente. "Podem ser usados lasers, eletrocauterização, ácido tricloroacético (ATA) e medicamentos que melhoram o sistema de defesa do organismo", diz Mantelli.

E a vacina?

As vacinas são preventivas e de dois tipos: as quadrivalentes (que serão aplicadas nas meninas pelo SUS), que previnem lesões genitais pré-cancerosas de colo do útero, vulva e vagina e câncer do colo do útero em mulheres e verrugas genitais em ambos os sexos; e as bivalentes que previnem lesões genitais pré-cancerosas e câncer do colo do útero em mulheres.

Por que nessa idade?

"A faixa etária de 9 a 13 anos foi escolhida no Brasil já que após o início da atividade sexual a possibilidade de contato com o HPV aumenta progressivamente. 25% das adolescentes apresentam infecção pelo HPV durante o primeiro ano após iniciação sexual e três anos depois esse percentual sobe para 70%", afirma o ginecologista.

E depois da vacina, o papanicolau ainda é necessário?

Sem sombra de dúvidas, essa outra prevenção é necessária. O exame previne os tipos de HPV que não são contemplados pela vacina (cerca de 30%). O exame deve ser feito com frequência semestral e preferencialmente em mulheres de 25 a 64 anos que tem ou já tiveram atividade sexual.

E qual a função da camisinha nessa história?

O uso da camisinha durante todo o contato sexual, com ou sem penetração, não protege completamente da infecção pelo HPV, por não cobrir todas as áreas sensíveis ao vírus. "A camisinha feminina, que cobre também a vulva, evita mais eficazmente o contágio se utilizada desde o início da relação sexual. Mas a transmissão do vírus se dá até por contato direto com a pele ou mucosa infectada", diz o especialista. Ainda assim, a camisinha é indispensável em todas as relações sexuais por prevenir parte do problema, diversas outras doenças sexualmente transmissíveis e a gravidez indesejada.

Não é fácil fazer com que sua filha, por exemplo, esteja a par de todas essas informações, principalmente quando o sexo for tratado como tabu. Explique o assunto de forma natural, sem fazer daquilo um bicho de sete cabeças, mas alertando para os perigos e danos que a doença pode causar.

A educação sexual é tão importante e necessária como as aulas de matemática. Incentive essa consciência!

Fonte: Vila mulher por Juliany Bernardo (MBPress)

Foto: © Corbis