Dietas restritivas podem virar "bomba de engorda"

Seguir as dietas da moda, priorizando determinado alimento só porque alguém disse que isso faria perder peso, é, na maioria das vezes, muito arriscado. Ainda assim, ao tentar eliminar os quilinhos a mais e a gordura indesejada que teima em permanecer, muita gente recorre às dietas restritivas. Para isso, passam horas em jejum, fazem atividades físicas de forma muito prolongada e, às vezes, se alimentam apenas de líquidos ao longo do dia. Depois de um período, o peso pode sim ir embora, mas, junto com ele a saúde também vai. Além disso, o emagrecimento não se mantém e em pouco tempo o peso perdido é recuperado.

O nutriendocrinologista Webert Teotônio, da equipe MPIO, explica que essas dietas restritivas nada mais são que uma forma de desorganizar todo o corpo e fazer com que ele trabalhe de forma irregular, causando desequilíbrios hormonais. "Quem faz essas dietas acaba tendo efeito rebote, ou seja, ganhando mais peso que o perdido, dando início ao efeito sanfona", explica.

Riscos das dietas restritivas
Um estudo recente da Universidade de Melbourne, na Austrália, publicado em fevereiro de 2014 no New England Journal of Medicine, revelou que quando alguém tenta emagrecer mas depois recupera todo o peso perdido, a culpa é do desequilíbrio hormonal. De acordo com a pesquisa, isso acontece porque ao perder peso, especialmente em uma dieta mais restritiva, o organismo altera a produção de hormônios.

Durante um ano, os pesquisadores monitoraram no sangue dos pacientes nove hormônios diferentes, conhecidos por influenciar o apetite, e descobriram que, mesmo após 12 meses, seis dos hormônios ainda estavam desequilibrados. E manter os hormônios sob controle é essencial no processo de emagrecimento. "Com essas dietas, acontece uma inversão de funções. A leptina, que estimula o metabolismo e é responsável pela saciedade, é inibida, e a grelina é hiperativada, aumentando ainda mais a vontade de comer", explica. Resultado: a vontade de emagrecer não vence a ordem química que diz para comer mais.

Por causa disso, surgem as compulsões alimentares, que podem ser impulsionadas ainda mais pela liberação inadequada de Cortisol, o hormônio do estresse. A longo prazo, as dietas radicais podem ter interferência até mesmo na tiróide, provocando sua hipofunção.

Dica para emagrecer com saúde
O conselho do nutriendocrinologista é ter muito cuidado quando for fazer uma dieta, pois ela pode desorganizar todo o seu corpo e reorganiza-lo dará muito mais trabalho. O ideal é procurar um acompanhamento médico ou nutricional e manter uma alimentação equilibrada, de forma que o peso seja eliminado de vez e a nova forma conquistada seja mantida por muito tempo.


Fonte: iTodas por Mariana Bueno