O momento mais desejado por uma mãe é ter o filho recém-nascido nos
braços. Os prematuros, em geral, precisam de cuidados especiais. É nessa
hora que entra o pai canguru. Já ouviu falar?!
Na verdade, trata-se do método Canguru, uma
política pública que tem sido ampliada e fortalecida, no Brasil, nos últimos
anos.
É um projeto que visa a atenção humanizada ao recém-nascido
de baixo peso, abaixo de 2,5 kg.
O "pai canguru", nada mais é do que uma adaptação
da estratégia de assistência ao prematuro em que o bebê é retirado da
incubadora em alguns momentos do dia para ter contato pele a pele, geralmente
com a mãe, que também recebe atenção diferenciada
Funciona assim: logo que a criança prematura nasce, abaixo
do peso, há a necessidade de internação na UTI para cuidados especiais. Ela
precisa encorpar, manter a temperatura corporal, respirar e deglutir
corretamente. Nesse período, o bebê ficava isolado da mãe.
Com o Canguru, a criança em boa condição de saúde, que está
sem uso de oxigênio e punção venosa, tem o direito de ficar 15 minutinhos com o
pai, podendo ficar mais tempo de acordo com a evolução da criança. É permitida
a visita diária, em horários pré-estabelecidos. Os profissionais envolvidos no
processo foram treinados para garantir que o método seja exercido com
segurança.
O benefícios do método Canguru são muitos. Reduz o tempo de
separação entre mãe e recém-nascido e favorece o vínculo, permite um controle
térmico adequado, contribui para a redução do risco de infecção hospitalar,
reduz o estresse e a dor do recém-nascido, além de aumentar as taxas de
aleitamento materno.
Há casos de sucessos de papais cangurus. No Rio de Janeiro,
o aplicador de película para vidros, Carlos Vinícius de Lima Silva, de 29 anos,
sentiu o filho Heitor no colo. A criança nasceu de 40 centímetros e pesava
1,625 quilo. Três vezes por dia, Heitor é preso ao corpo do pai com ataduras.
Ficam ao menos uma hora assim, três vezes por dia. "A primeira vez foi
indescritível. Dá para sentir o batimento do coraçãozinho, o calor do
corpo", conta. Na quarta-feira, Heitor chorava na incubadora, mas
acalmou-se quando foi para o colo do pai.
Em Campo Grande (MS), a pequena Ágata Vitória, de apenas 50
dias, teve aumentada suas chances de recuperação quando o pai, Thiago de
Oliveira, se inscreveu no projeto Canguru no próprio hospital onde a criança
nasceu. "A sensação de encostar na pele dela, esse contato é muito legal.
Ela fica calminha quando estamos juntos. Acho que está feliz", comemora
Thiago.
Fontes: Estadão.com, Uol e Vilamulher