Dois estudos descobriram que está sendo chamado de paradoxo
da obesidade. Esse conceito afirma que, em certos casos, os quilos além da
conta não indicam perigo à saúde e podem até ser protetores do nosso organismo.
A primeira pesquisa foi feita pela Universidade de Granada, na Espanha, e foi publicada no European Heart Journal. O estudo analisou dados de 43 mil americanos, divididos em grupos conforme os níveis de obesidade, colesterol, pressão arterial e condicionamento físico. Após acompanhar os participantes durante 14 anos, os médicos perceberam que as pessoas com obesidade, porém consideradas saudáveis após os exames, tiveram um risco 38% menor do que as não saudáveis de morrer por qualquer causa. A redução de morte por doenças cardiovasculares ou câncer foi de 30% a 50%. O desempenho desses participantes que estavam acima do peso, mas que mantinham bons hábitos foi, ao longo do tempo, similar ao dos magros saudáveis.
Outro trabalho, publicado na mesma edição da revista, analisou durante quatro anos a mortalidade de 64 mil suecos com problemas cardíacos (como angina e infarto) submetidos a um exame de imagem para determinar a saúde de suas artérias coronárias. Os pacientes foram subdivididos de acordo com seu IMC. Os resultados mostraram um gráfico em forma de "U": aqueles que estavam muito magros ou com obesidade mórbida corriam mais risco de morrer do que pacientes intermediários, com sobrepeso ou obesidade moderada.
Os cientistas americanos acreditam que o melhor condicionamento físico das pessoas saudáveis com obesidade foi responsável pelo menor risco de morte observado nesse grupo em relação ao grupo dos não saudáveis. Eles afirmam que o exercício tem ação anticoagulante, ajuda a dilatação dos vasos e melhora a resistência à insulina, tendo um efeito contrário ao da obesidade, sendo portanto melhor ser uma pessoa acima do peso que se exercita do que um magro sedentário.
Siga este plano para começar a praticar exercícios
Segundo a Federação Mundial de Cardiologia, pessoas que não praticam atividades físicas têm um risco duas vezes maior de sofrer doenças do coração, ter pressão alta e desenvolver diabetes quando comparadas a quem pratica exercícios físicos regularmente, independente fato de a pessoas estar ou não acima do peso. Então, que tal abandonar a preguiça e ganhar mais saúde seguindo este plano que preparamos para você?
Faça uma avaliação médica
A avaliação médica não é apenas um pré-requisito para que
aluno e professor trabalhem em segurança, mas a melhor maneira de descobrir os
limites do seu corpo e o exercício ideal para vencê-los. "Também é
fundamental realizar uma avaliação física. Por meio dela é possível determinar
a porcentagem de gordura corporal do indivíduo e ter uma ideia de seu
alongamento e da sua resistência", afirma o personal trainer Ricardo
Custódio, da Companhia Atlethica do Estádio do Morumbi, em São Paulo.
Reabitue seu corpo aos exercícios
"A principal meta de quem começa a treinar após ter
ficado muito tempo parado deve ser reabituar o corpo à prática regular de
exercícios", explica Adriano. Segundo o personal trainer, emagrecer ou
ganhar tônus muscular devem ser objetivos secundários nesse retorno. Isso
porque o retorno ao treino, na maioria das situações, traz os mesmos desafios
de uma primeira experiência com exercícios
"O aluno terá que começar do zero, mesmo tendo sido atleta regular no passado. Não respeitar essa progressão pode sobrecarregar os músculos e articulações, ocasionando lesões", diz o especialista. A diferença entre uma pessoa que já treinou e outra, que nunca se mexeu, é o tempo de resposta aos movimentos: quem já fez exercícios tende a recuperar o condicionamento mais rapidamente.
"O aluno terá que começar do zero, mesmo tendo sido atleta regular no passado. Não respeitar essa progressão pode sobrecarregar os músculos e articulações, ocasionando lesões", diz o especialista. A diferença entre uma pessoa que já treinou e outra, que nunca se mexeu, é o tempo de resposta aos movimentos: quem já fez exercícios tende a recuperar o condicionamento mais rapidamente.
Comece por atividades de baixo impacto
Voltar a treinar e já partir para atividades de grande
impacto aumenta e muito o risco de lesões. Decidir correr logo no primeiro dia
de treino, por exemplo, poderá sobrecarregar os músculos e articulações dos
membros inferiores, afirma o médico do esporte Ricardo Nahas, do Centro de
Referência em Medicina do Exercício e do Esporte do Hospital 9 de Julho. Ele
explica que, em uma caminhada, cerca de 20% do peso corporal fica
concentrado nas articulações e essa porcentagem dobra numa corrida. "Por
isso, é essencial realizar a readaptação muscular, articular e cardíaca",
diz o médico.
Escolha um exercício que te dá prazer
Exercícios físicos não se resumem a musculação e esteira.
Por isso, se a academia não te atrai, busque fazer outras atividades, como
esportes coletivos, ginástica ou circuito. "Treinar por prazer
mantém o aluno motivado e reduz o risco de abandonar o programa", afirma
Ricardo Custódio. O exercício perfeito, de acordo com o personal, é aquele que
consegue equilibrar as necessidades do seu corpo com as suas preferências.
Respeite seus limites
O condicionamento físico não aparece do dia para a noite.
"Pegar muito peso de uma vez ou caminhar uma distância muito longa só vai
causar dores nos músculos e nas articulações", afirma o personal Adriano
Braga. Estar disposto a melhorar sempre é fundamental, mas isso deve ser feito
de maneira segura. "Do contrário, há risco de uma lesão mais séria e você
é obrigado a ficar sem treinar justo quando estava mais engajado".
Aumente a intensidade aos poucos
O aumento da dificuldade do treino faz parte do programa -
além de tornar a atividade mais interessante, o desafio ajuda seu corpo a
ganhar condicionamento. "Isso pode significar aumento da carga, aumento da
velocidade, redução do intervalo entre um exercício e outro ou aumento do
número de repetições", afirma o personal Adriano Braga. Seguir um plano
para aumentar a intensidade significa abandonar o sedentarismo de maneira
gradual e saudável.
Faça alongamento e aquecimento
"Aquecer é aumentar a temperatura corporal, o que eleva
a frequência cardíaca e prepara o corpo para a prática de exercícios",
afirma o médico do esporte Ricardo. O alongamento, por sua vez,
pode ajudar a prevenir lesões - esse tipo de movimento estimula a liberação do
líquido sinovial, que lubrifica as articulações. "Esses minutinhos de
preparação são valiosos porque informam o organismo sobre o que deve ser
priorizado no momento, deixando atividades, como a digestão, em segundo
plano".
Fonte: Minhavida