Vale a pena jogar de novo

Muita gente bate o pé e diz que nenhuma continuação é melhor que a versão original, seja novela, filme, quadrinho, o que for. Tem também quem diga que remakes sempre mancham a história de uma franquia. Não é bem assim. Tem muita coisa boa “ressurgindo”, principalmente se estamos falando de jogos. Recentemente vivemos a “Era do Renascimento”, em que grandes clássicos ganham novas versões que, se não tornaram as coisas ainda melhores, pelo menos se igualam aos seus originais.

Estamos falando dos reboots – quando uma série ganha um game que significa um reinício, um começo da estaca zero. É o mesmo termo para aquele processo feito no seu celular quando ele praticamente se torna inutilizável de tanto vírus e arquivo corrompido: as configurações são resetadas e ele está prontinho para se lotado de besteira novamente.

Listamos alguns dos melhores reboots recentes dos games e alguns que estão por vir e com certeza vão seguir a linha do “vale a pena ver de novo”.

Mortal Kombat
Já vai sair um novo logo mais, mas a versão de 2011 deu novos ares à série, que estava em decadência. Mortal Kombat recupera os eventos da primeira trilogia da franquia (aquela do início dos anos 90) com estilo – os personagens clássicos, combos fáceis de fazer e uma brutalidade nunca antes vista, com órgãos e ossos sendo esmagados a cada combate. Definitivamente o melhor título da série – e com a participação especial de estrelas como Freddy Krueger e Kratos!



Tomb Raider
A série de Lara Croft também estava em baixa. Já havia passado por um reboot mal sucedido e não espelhava nem de longe o brilho do final dos nos 90, quando fez sua estreia. Todo mundo dava a franquia como morta, até que chegou Tomb Raider, em 2013. O novo título retomou a origem da heroína e sua transformação de “filhinha do papai” para “arqueóloga aprendiz de Indiana Jones”. Tudo lindo e maravilhoso, dos visuais e sons até a história e os detalhes do jogo. A nova geração de consoles ganhou uma “edição definitiva” remasterizada (que é nossa sugestão), mas qualquer versão vale a pena.



Punch-Out!!
O original é bem antigo, lançado em 1987 pela Nintendo para o NES, e contava com a participação de ninguém menos que Mike Tyson. Foram 3 milhões cópias vendidas. Mas o desafio foi aceito e uma nova versão chegou para o Wii 2009 (e logo chegará à loja virtual do Wii U) nos mesmos moldes do original, mas aproveitando os controles de movimento da plataforma. O resultado foi um game de boxe fácil de jogar e ao mesmo tempo desafiador, tão bom quanto o irmão 22 anos mais velho.



X-Com: Enemy Unknown
Você está no comando de uma unidade de elite que defende a terra de invasores alienígenas e os enfrenta em batalhas táticas por turno, como num RPG clássico.Tudo isso foi criado com a tecnologia disponível em 1994, até que resolveram refazer tudo em 2012. E que ótima decisão foi essa – tudo passou para as três dimensões e o clássico cult ganhou uma cara nova mantendo as mesmas mecânicas de antigamente. O título ganhou prêmios e mais prêmios merecidamente.


Strider
Mais um que viajou bastante no tempo para retomar suas origens. O original é de 1989, tremendo sucesso em arcades e consoles domésticos, considerado um dos grandes títulos de ação da época. Aí veio a ideia do reboot, que foi lançado 15 anos depois, em 2014, recuperando os elementos dos jogos antigos e adicionando mais coisas, além de implementar uma velocidade maior na pancadaria. Quem jogou os primeiros da série certamente vai curtir essa nova versão.



Prince of Persia: The Sands of Time
Esse é outro exemplo que precisou de dois reboots para acertar a fórmula. O primeiro Prince of Persia é um clássico cult, uma relíquia, mas apesar de ter limite de tempo para ser completado, é reconhecido pelo ritmo mais cadenciado. A primeira tentativa ocorreu em 1999, quando o game fez sua transição para as três dimensões, sem sucesso. A segunda rolou em 2003, pelas mãos da Ubisoft, e finalmente deu à franquia um título 3D digno, que até ganhou continuações e uma versão remasterizada em 2010.



DmC: Devil May Cry
Digamos que esse é um reboot de um clássico moderno. O primeiro Devil May Cry é de 2001 e fez muito sucesso com seus combates de ritmo veloz. Três continuações saíram, mas a série ficou parada de 2008 até 2013, quando foi lançado o reboot. Os produtores tomaram um caminho arriscado, remodelando Dante, o personagem principal, e mudando algumas mecânicas básicas do game. A primeira impressão foi bastante ruim, com críticas severas por parte dos fãs. Felizmente, estavam enganados – DmC superou as expectativas e entregou o que todo mundo queria: porrada e extermínio de demônios.



Thief
Lançado em 2014, esse reboot retoma a série iniciada em 1998 com games para PC. Mesmo personagem, mesmo universo e mesmo estilo de jogo, mas com visuais completamente remodelados em um game bastante detalhado. A atmosfera sombria foi mantida, assim como os elementos-chave, para agradar aos fãs antigos da série, embora novos elementos tenham sido adicionados para atrair novos jogadores. Vale a visita.



Doom 3
Quando foi lançado, em 1993, Doom estourou como um dos melhores jogos para PC na época e em pouco tempo reuniu uma legião de fãs. Veio a continuação um ano depois e, só após uma década, o terceiro game – justamente a versão reboot. A fórmula foi mantida, mas dessa vez os produtores deram um pouco mais de destaque à história e incluíram personagens que ajudam o jogador em sua missão de salvar a terra de demônios vindos do Inferno. Além disso, foi adicionada uma boa dose de terror, fazendo com que o game não fosse apenas de ação, mas também desse um pouco de medo nos jogadores. A continuação deve sair nos próximos meses.


Mas calma, que ainda não acabou.
Esses aí foram os reboots que já saíram. Ainda tem esses aqui abaixo, que estão para chegar:

Q*Bert
Ah, um dos maiores clássicos da era de ouro dos árcades, Q*Bert. Simplicidade em forma de jogo – é só movimentar o personagem na direção certa e pisar nos cubos corretos. A versão reboot foi lançada em 2014 para computadores, mas chega ainda neste mês também para as plataformas de jogos da Sony. Mais personagens, mais power ups, hexágonos em vez de cubos e tudo refeito com a tecnologia atual. Ah, é daqueles que curte as raízes mesmo? Não tema, amigo – o jogo vem com a versão original de 1982.



ToeJam & Earl
Uma das mais famosas séries da Sega, ToeJam & Earl não ganhava nenhum título desde 2002, sendo que este último não chegou nem perto da qualidade dos originais. Mas a maré mudou. Recentemente um dos produtores da série revelou no Facebook estar um pouco afastado da rede social porque está muito ocupado produzindo o novo game da franquia. Por enquanto não há nenhuma novidade, mas ele disse que em breve vai compartilhar mais detalhes.

Friday the 13th
Está em produção uma nova série de TV com o tema de ‘Sexta-feira 13′, e aproveitando esse gancho um estúdio cujo nome não foi revelado está desenvolvendo um novo game estrelando Jason Vorhees, um reboot do título de 1989. O game, que deve sair em outubro, focará na ação cooperativa dos jogadores para sobreviver aos ataques do assassino em série e, eventualmente, conseguir acabar com sua sede por sangue. E provavelmente vai ser melhor que o antigo, considerado um dos piores games de todos os tempos.

Mirror’s Edge
A promessa é que o novo título, que é mais uma prequel que um reboot, saia no ano que vem. As coisas vão mudar um pouco – vai ser um game de mundo aberto, não uma aventura linear, como o original, de 2008. Por enquanto não há muitas informações, mas neste ano com certeza os produtores vão mostrar mais.




Fonte: VIP por João Coscelli

Foto de capa: "DmC: Devil May Cry" teve um reboot lançado em 2013 (Crédito: Reprodução)