Assim como os seres humanos, os cachorros nascem
banguelos e, com o passar do tempo é que vão surgindo os dentes decíduos, mais
especificamente nos primeiros 30 dias de vida do animal. São 28 dentes
temporários que, com a idade avançando, vão sendo trocados pelos permanentes,
que são 42 ao todo. Essa troca deve ocorrer de forma natural entre o quarto e
sexto mês do filhote.
Normalmente, os cães não apresentam dificuldades nesse
processo de mudança. Quando há a queda dos “de leite” e o nascimento dos
permanentes, os animais podem apresentar um certo incômodo na gengiva e, por
isso, acabam mordiscando tudo que veem pela frente, um comportamento negativo
que pode ser trabalhado pelo tutor de forma simples. Entretanto, em alguns casos,
os definitivos nascem sem que os temporários tenham caído, o que caracteriza a
dentição dupla, um problema odontológico que precisa de atenção médica.
Dentes decíduos X dentes permanentes
Existem diferenças estruturais nos dentes decíduos e
permanentes. Esses primeiros, por exemplo, são finos, pontiagudos e apesar da
aparência de frágeis podem acabar machucando mais nas brincadeiras feitas pelos
peludos. Já os permanentes, por sua vez, são brilhantes, maiores e, se bem
tratados, farão parte de toda a vida do animal.
Todavia, vale salientar que não são só os permanentes que
precisam de uma atenção maior do tutor. Mesmo que de uma forma temporária, os
decíduos também requerem cuidados com relação à sua conservação e manutenção.
Portanto, faz-se necessário que a escovação comece desde cedo, evitando tártaro
e perda precoce dos dentes.
A troca natural dos dentes, muitas vezes, não é observada
pelo tutor, isso porque os animais acabam ingerindo os dentes junto as suas
refeições. Entretanto, existem algumas mudanças de comportamento do cachorro
que indicam esse processo de transformação dentária. Por exemplo, pode haver
mau hálito, sangramentos na gengiva e falta de apetite devido ao incômodo
causado nessa mesma região. Além disso, o pet pode apresentar um comportamento
destrutivo, mordendo tudo que há dentro de casa em busca apenas de aliviar a
coceira ocasionada nesse período. Para moldar esse desvio de conduta,
brinquedos macios são uma boa saída.
Mas, o que fazer quando há dentição dupla?
Se o cachorro apresenta ao mesmo tempo os dentes decíduos e
os permanentes até um ano de idade, é importante que o dono leve-o ao
veterinário. Algumas raças têm mais predisposição ao apresentar esse problema,
principalmente se tratando de animais de pequeno porte, como o maltês,
yorkshire, poodle, lhasa apso, pinscher entre outros.
Quando há a dentição dupla, a melhor saída é a intervenção
cirúrgica para a retirada dos dentes temporários. Esta medida é tomada, devido
os malefícios que essa condição traz para a saúde bucal do cachorro. Por
existirem muitos dentes, o acúmulo de comida é facilitado, consequentemente, há
o cálculo dentário e o paciente pode perder os dentes precocemente. Além disso,
a dentição dupla é responsável pelo desvio da mordedura. Por isso, quanto mais
rápida for feita a extração, menos prejuízos o cachorro terá na sua vida.