Sobre meninos (as) e LOBOS


O que pode acontecer a uma criança que sofreu abuso sexual.
 
O papel da família é essencial na recuperação física e emocional da criança que sofreu abuso sexual. A atenção que deverá proporcionar a esta criança não deve somente centrar-se no cuidado das suas lesões físicas, mas deve ser acompanhada por outros profissionais para dar-lhe também acompanhamento psicológico.

A criança que sofre ou sofreu algum abuso sexual sofrerá consequências a curto e longo prazo. O Manual de Prevenção do Abuso Sexual, publicado por Save the Children (Salvem as crianças), mostra as seguintes consequências:

Consequências a curto prazo do abuso infantil

- Físicas: pesadelos e problemas com o sono, mudanças de hábitos alimentares, perda do controle de esfíncteres.
- Comportamentais: Consumo de drogas e álcool, fugas, condutas suicidas ou de autoflagelo, hiperatividade, diminuição do rendimento acadêmico.
- Emocionais: medo generalizado, agressividade, culpa e vergonha, isolamento, ansiedade, depressão, baixa auto-estima, rejeição ao próprio corpo (sente-se sujo).
- Sexuais: conhecimento sexual precoce e impróprio para a sua idade, masturbação compulsiva, exibicionismo, problemas de identidade sexual.
- Sociais: déficit em habilidades sociais, retração social, comportamentos antisocicias. 

Consequências a longo prazo do abuso sexual infantil

Existem consequências da vivência que permanecem, ou inclusive podem piorar com o tempo, até chegar a configurar patologias definidas. Por exemplo:

- Físicas: dores crônicas gerais, hipocondria ou transtornos psicossomáticos, alterações do sono e pesadelos constantes, problemas gastrointestinais, desordem alimentar.
- Comportamentais: tentativa de suicídio, consumo de drogas e álcool, transtorno de identidade.
- Emocionais: depressão, ansiedade, baixa auto-estima, dificuldade para expressar sentimentos.
- Sexuais: fobias sexuais, disfunções sexuais, falta de satisfação ou incapacidade para o orgasmo, alterações da motivação sexual, maior probabilidade de sofre estupros e de entrar para a prostituição, dificuldade de estabelecer relações sexuais.
- Sociais: problemas de relação interpessoal, isolamento, dificuldades de vínculo afetivo com os filhos.

Medidas preventivas contra a pederastia infantil.

 Prevenir o abuso sexual infantil é uma tarefa difícil para os pais, responsáveis, e a sociedade em geral, por isso todos devemos estar envolvidos nisso.

O abuso sexual às crianças pode ocorrer na família, através do pai, do padrasto, do irmão ou outro parente qualquer. 

Outras vezes ocorre fora de casa, como por exemplo, na casa de um amigo da família, na casa da pessoa que toma conta da criança, na casa do vizinho, de um professor ou mesmo por um desconhecido.

Antes de considerar medidas mais diretas, os pais devem primeiro proporcionar um cuidado especial às crianças. Ou seja, reconhecer a criança como pessoa e seus direitos, respeitar o desenvolvimento evolutivo da criança, estabelecer empatia e comunicação efetiva com ela, criar um vínculo afetivo e interativo. E resolver seus problemas de uma forma positiva e não violenta.

Devido ao fato da criança muito nova não ser preparada psicologicamente para o estímulo sexual, e mesmo que não possa saber da conotação ética e moral da atividade sexual, quase invariavelmente acaba desenvolvendo problemas emocionais depois da violência sexual, exatamente por não ter habilidade diante desse tipo de estimulação.

Medidas preventivas contra a pederastia que os pais podem tomar em relação aos filhos:

- Diga aos filhos que “se alguém trata de tocar-lhe o corpo e fizer-lhe-lhe coisas que te fazem sentir-se incomodado, diga NÃO à pessoa” e que conte logo em seguida a vocês, pais.
- Ensine às crianças que o respeito aos mais velhos não quer dizer que tenham que obedecer cegamente aos adultos, e às figuras de autoridade. Por exemplo, não lhes diga “você sempre terá  que fazer o que a professora ou quem te cuida te mandar fazer”.
- Participe dos programas profissionais do sistema escolar para a prevenção.
- Fale claramente com seu menino ou menina sem tabus nem pré-julgamentos sobre assuntos da sexualidade.
- Eduque seu filho sobre a sexualidade desde a idade pré-escolar, na educação formal e não formal.
- Explique ao seu filho a diferença entre uma expressão de carinho e uma carícia sexual.
- Escute com paciência suas dúvidas e responda suas perguntas com simplicidade e serenidade.
- Demonstre ao filho confiança para que exista uma melhor e maior comunicação.
- Deposite confiança na criança se te comunicar que está correndo risco de ser abusado sexualmente.
- Demonstre à criança ainda mais carinho e afeto.

 As crianças raramente inventam histórias de abuso sexual.

 Os que abusam sexualmente das crianças podem fazer com que a criança fique extremamente temerosa de revelar as ações do agressor, e somente quando fazemos um esforço para ajudá-la a sentir-se segura, é que se consegue que a criança fale livremente. Se uma criança diz que foi molestada sexualmente, os pais devem fazê-la sentir-se que o que passou não foi culpa sua. Os pais devem buscar ajuda médica, denunciá-lo, e levar a criança para um exame físico e ao psiquiatra para uma consulta.

O que devemos fazer quando uma criança for abusada sexualmente?

- Se a criança falar a respeito do abuso escute-a, e leve-a a sério. As crianças pouquíssimas vezes inventam histórias de abuso sexual.
- Se você estiver alarmada ou sente vergonha, não demonstre à criança, pois ela se sentirá mais afetada ainda.
- Não pressione. Apóie a criança evitando gestos, perguntas ou pré-julgamentos que a façam sentir-se ainda mais angustiada ou culpada.
- Se o menino ou menina decide falar, anime-o e mostre confiança para que diga a verdade e fale com liberdade. Não a julgue, nem a faça sentir-se culpada.
- Solicite apoio a algum especialista para ajudar a criança e também à família para saber como tratar do problema.
- Prepare a criança para essa ajuda. Explique que terá que conversar com outras pessoas sobre o acontecido. E que tudo será bom para ela.
- Deve-se denunciar às autoridades, a pessoa que abusou sexualmente da criança.
- Comunicar os serviços sociais.

Como evitar sequestro de crianças.

No mundo todo o sequestro infantil tem se tornado cada vez mais frequente, e os requintes de crueldade são marcantes. 

Lugares como teatros, parques, circos, clubes sociais, etc. são alvo de sequestradores de crianças. Num simples descuido a criança já não está ali. Muitas vezes sequestram e pedem dinheiro pelo resgate, mas em outras com covardia e violência, muitos tem abusado sexualmente e depois matam friamente, atingindo toda família e a sociedade como um todo.

Cabe aos pais e professores, orientarem filhos e alunos a se protegerem corretamente, uma vez que é impossível estarem com eles o tempo todo.
 
O diálogo e aconselhamento diário são essenciais. 

Promovam discussões nas escolas, com vizinhos, etc.

Recomendações básicas para as crianças contra os sequestros:

- Evitar ir sozinho à escola. A companhia de um adulto é sempre necessária.
- Não aceite nada de desconhecidos (doces, balas, chicletes).
- Conte sempre com a ajuda de policiais ou segurança da própria escola.
- Quando estiver dentro de veículo, mantenha o pino da porta abaixado.
- Quando estiver esperando transporte para a escola, ou quando voltar a casa evite os pontos de parada escuros ou sem movimento.
- Não acredite em recados de estranhos como se estivessem trazendo recado de familiares.
- Caso se sinta seguido por algum estranho, entre na primeira casa habitada e peça socorro.
- Se alguém o atacar, grite, esperneie e faça muito barulho pedindo ajuda.
- Se moleques de rua o agredirem para tomarem sua mochila ou tênis, entregue o que pedem. Quando puder peça ajuda à polícia.
- Nunca se aproxime de algum veículo quando te oferecerem carona ou pedirem alguma informação. Não dê atenção e afaste-se.
- Se estiver desacompanhado e alguém o incomodar, grite bastante para chamar a atenção, principalmente se quiserem pegar no seu corpo.
- Se você ainda não consegue guardar na memória o seu endereço ou o telefone de sua família, peça que os escrevam em um cartão e carregue-o sempre com você.
- Caso precisar de ajuda, procure um policial.

Recomendações para os pais contra os sequestros:

- Quando for levar seu filho à escola, entregue-o somente ao monitor da escola na entrada. Caso utilize de serviço de transporte, informe-se muito bem sobre o condutor, pegando informações com outros pais e professores da escola.
- Portas e travas de carros sempre fechados.
- Apresente seus filhos aos policiais do seu bairro, torne-os seus amigos e conhecidos.
- Toda criança deve saber seu endereço, telefone, nome dos pais, ou responsáveis, ou de quem vai buscá-la na escola.
- Sempre oriente seu filho a andar em grupo em qualquer trajeto e longas caminhadas. Nunca andar sozinho em locais isolados próximos à escola.
- Ensine seus filhos a não aceitarem nada de estranhos nem darem atenção a eles.
- Evite parar em fila dupla e não demore no embarque ou desembarque.
- Fale aos filhos que não aceitem convites de estranhos para entrarem em carros, ir à praia, entrar em casas, terrenos ou garagens, mesmo que ofereçam doces, sorvetes, chocolates ou refrigerantes. Esse é um recurso muito usado por pedófilos, maníacos, sequestradores e tarados. Oriente-os a gritarem muito por socorro e chamarem a polícia.
- Esclarecer desde a infância sobre os perigos das drogas e consequências.
- Más companhias conduzem ao crime e às drogas. Selecione as companhias de seus filhos e o ambiente que eles freqüentam (clubes, festinhas, casas de jogos eletrônicos etc.).

Os sequestros, cada vez mais comuns, quando não acabam em morte da criança, podem gerar inúmeros traumas em quem sofreu a violência e nos seus familiares. Por isso todo cuidado é pouco. Basta um único momento de descuido e tudo pode acontecer. Cuide do seu maior bem aqui na terra: seus filhos.

Fonte: guiainfantil