Falar sozinho é coisa de maluco? Quem tem esse hábito
deveria procurar um psiquiatra? Ou é algo perfeitamente normal?
Bem, amigo, se você costuma falar sozinho, não precisa começar a arrancar os
cabelos, pensando que está lelé das idéias. Não se preocupe você muito
provavelmente não está louco. A não ser, é claro, que além de falar sozinho
você costume esbravejar consigo próprio chegando a dar socos na própria cara...
Vamos esclarecer esta
questão.
Apesar de parecer a mesma coisa, existe uma diferença gigantesca
entre falar sozinho e falar consigo próprio. Aliás, quem me contou isso foram
as vozes na minha cabeça, é claro.
Vejamos alguns exemplos para melhor entendermos a diferença
entre falar sozinho e falar consigo próprio.
Se você está se preparando para ir dormir, depois de um dia
cansativo de trabalho, e de repente bate o dedão do pé bem na quina do
guarda-roupa, de forma que a entortada no seu dedão chega a lembrar aqueles
balões retorcidos que os palhaços usam para fazer bonequinhos engraçados, é bem
provável que você vai dizer algo como "aaaaaaiiii... merdz! cacetz, droga,
filha da fuuuuuuuuuuuta, que droga!". Neste caso, você está
falando sozinho, porque sua mensagem não foi direcionada para ninguém.
Em alguns casos, o dono do dedão chega a direcionar suas palavras para o
guarda-roupa, xingando-o com fúria, podendo até mesmo espancar o indefeso
móvel, o que nos leva, nestes casos, a reavaliar a frase dita anteriormente
("você não está louco"). Mas na grande maioria dos casos a coisa fica
só no ato de falar sozinho. Agora imaginemos outra situação. Você está sozinho
na sala de espera do odontologista (ou do psiquiatra, se preferir) e aproveita
para pensar na vida. Você lembra que se esqueceu de pagar a conta de luz, e aí,
sem perceber, começa a falar sozinho algo como "ó céus, tenho que pagar
essa conta amanhã bem cedo, senão vou levar uma multa e vai faltar dinheiro pra
cerveja do fim de semana". Neste caso, você não está falando sozinho, está
falando consigo próprio. Sua mensagem está sendo direcionada para uma
pessoa - você mesmo!
Você percebeu a diferença? Pois esta diferença entre falar
sozinho e falar consigo próprio é exatamente o que diferencia uma pessoa normal
de uma completamente doida. O sujeito que tem um cérebro obtuso costuma falar
sozinho sem ter motivo algum. Ele não bateu o dedão na quina do guarda-roupa,
nem levou um susto ao ser quase atropelado por um pirralho de bicicleta na
calçada, e nem mesmo se revoltou porque derramou café na camisa branca que
acabou de comprar, mas mesmo assim fica falando sozinho coisas como:
- Ixi! Cuidado com o chuveiro! Não toquem no chuveiro! Tem fios lá dentro! Chuveiro preto!
- Ixi! Cuidado com o chuveiro! Não toquem no chuveiro! Tem fios lá dentro! Chuveiro preto!
Entonces, minha gente, se você é dessas pessoas que vive
sendo surpreendida falando consigo próprio, e se seus colegas já estão olhando
pra você pelo cantinho do olho, saiba que é perfeitamente normal trocar idéias
com seu eu. Agora, se você anda falando sozinho, e além de olhar esquisito pra
você, seus colegas já estão desviando o trajeto pra não passar ao seu lado, a
coisa está feia. Talvez esteja na hora de arranjar um passatempo diferente
desse de enfiar o dedo na tomada elétrica pra ouvir o barulhinho de prrrrrr...
Falar sozinho ajuda a se concentrar
Um estudo da Universidade de Pennsylvania mostra que vaguear
murmurando, "chaves, chaves, chaves" pode realmente ajudar pessoas normais a encontrar objetos perdidos
ou lembrar de outros detalhes.
Dizer uma palavra ajuda a focar a mente em algo que as
pessoas estão procurando – e funciona de forma mais eficaz do que ver uma
descrição por escrito. Repetir a palavra uma ou outra vez ajuda ainda mais.
Trabalhos anteriores sugeriram que crianças que falam para
si mesmas durante a execução de tarefas, como amarrar os cadarços, pode ajudar
a orientar o seu comportamento e deixá-las se concentrar no trabalho na mão.
No entanto, os cientistas não tinham certeza se falar em voz
alta, ao completar tarefas, pode ajudar os adultos da mesma maneira,
especialmente quando se olha para objetos específicos.
Prof Gary Lupan e Prof Daniel Swingley acreditam que na
próxima vez que você perder suas chaves, resmungue ‘chaves, chaves, chaves’
enquanto procura, pois poderia de fato ajudar as pessoas a encontrá-las.
Fonte: Sombras da Relidade,Arquivo Ufo