Brechó online: veja os sites que vendem (mais barato!) roupas e acessórios de grife usados


É a chance de comprar peças que, na vitrine da vida real, custariam uma fortuna e também de vender o que não agrada mais e está atravancando o armário. Saiba como entrar nessa onda!

O mercado de usados na Internet, que começou no Brasil há cinco anos, ganhou novo impulso com o surgimento de serviços — e a consolidação de outros — que oferecem roupas e acessórios diferenciados, muitos de marcas famosas, quase sempre em perfeito estado. Há itens ainda com etiqueta de fábrica. É a chance de comprar peças que,navitrine da vida real, custariam uma fortuna - alguns sites chegam a cobrar apenas de 20% a 30% do preço original - e também de vender o que não agrada mais e está atravancando o armário.

Outra ideia por trás dos negócios é a sustentabilidade. "Nosso público está ligado no lema 'reuse, reduza, recicle", afirma Vivian Wroclawski, fundadora do Lebeh, um dos sites do gênero. "Digo a minhas amigas que é bom tirar os vestidos empacados, agitar a energia e jogar para a frente", conta ela. Em sintonia com a reciclagem, os produtos comercializados em seu serviço seguem para o comprador em embalagens feitas com sacos de frutas reaproveitados. Yara Ohashi, do Enjoei (enjoei.com.br), também tem a convicção de que o lucro nem sempre é o mais importante para quem fecha negócio: "As pessoas gostam de participar desse movimento, e é mesmo legal devolver o produto ao mundo se você não quer mais". Seu bazar eletrônico já recebeu 1 milhão de acessos, tem 10 mil cadastrados e mais de 200 produtos em exibição.

Já o Café Brechó registra 100 mil visitas mensais. No começo, em 2008, Carolina Balsini, a proprietária, comercializava somente as próprias roupas usadas como forma de reforçar o orçamento, abalado após uma viagem ao exterior. Até que decidiu fazer daquilo um negócio de verdade e passou a aceitar a colaboração de terceiros. A nova política exigiu maior atenção de Carolina: "Eu me preocupo em fazer uma boa intermediação das vendas, para, de um lado, garantir o pagamento e, de outro, o envio da peça". Como o Procon não se responsabiliza por negócios de origem particular, aconselha-se redobrar a cautela com esse tipo de site. Assim como é importante se certificar de que há uma proteção eficiente das informações bancárias em qualquer transação pela web, vale checar a idoneidade do serviço e todas as condições da venda antes de finalizar a compra. De modo geral, os sites assumem seu papel de intermediador, inclusive se o produto chega com problemas.

Videdressing é um serviço dessa categoria que foi inaugurado na França em 2009 e já conta com filiaisnaInglaterra e no Brasil. Uma de suas donas, Catherine Henry, recomenda atenção especial com as falsificações. "Muitos tentam faturar ilegalmente. Por exemplo, eles disponibilizam fotos de um sapato Prada legítimo e enviam uma cópia grosseira." Para não haver prejuízo, ela ressalta que, somente depois de o consumidor receber e conferir a peça escolhida, o site libera o pagamento para o vendedor. "Trabalhamos de forma séria e cumprimos vários procedimentos à risca", enfatiza ela, acrescentando que falsários acabam sendo identificados.

Para quem quer passar adiante o que não usa mais, é pedido que deixe seus dados, como nome, CPF e endereço. Depois de preenchido o cadastro, a pessoa deve enviar um e-mail com a imagem do produto e suas especificações, como cor, manequim, marca, material e sugestão de preço. É que os sites fazem uma curadoria rígida do que vai para a vitrine deles.

Os acessórios se destacam

Os sites ficam com uma porcentagem de cada transação. No Enjoei, são 20%; no Lebeh, 50%, sendo que 5% viram doação para uma ONG. Vivian, a dona, explica como funciona sua política de preço: "Peças das coleções recentes têm o valor reduzido em cerca de 30%, e das antigas entre 50 e 70%". Em agosto, uma bolsa do estilista americano Marc Jacobs estava à venda no seu bazar online por 390 reais, enquanto um modelo similar saía, no shopping, por 675 dólares (mais de 1 350 reais).

No Peguei Bode, reinam as grifes internacionais, como Chanel e Miu Miu, e os preços podem às vezes ser salgados. Apesar do nome, o Personal Brechó veta itens vintage ofertados por internautas. "Só vendemos o que há de mais fashion", afirma Priscilla Cunha, uma das sócias. A gama é ampla e inclui boas marcas nacionais e importadas. Nos 5 mil acessos por dia que o site recebe, os acessórios despontam como campeões da procura. "Braceletes, brincos e colares são os favoritos, porque a maioria prefere não arriscar comprar uma roupa de número errado."

Fonte: Cláudia/Abril