Povos antigos já curtiam modificações corporais


Acha que alargador é coisa de gente jovem e descolada? Conheça aqui as modificações corporais que são tradições milenares em vários outros povos do mundo. Esticar o lóbulo da orelha é uma prática muito comum. Está ligada a diversas culturas, povos e religiões. Alguns acreditam que com isso estarão espantando o mal, enquanto, para outros, é uma questão de beleza. Não se sabe como essa prática começou, mas hoje ela está presente em vários continentes.


A tribo dos Apatani vive no Vale Ziro, na Índia. As mulheres da tribo eram consideradas as mais bonitas da região. Por isso, eles começaram uma estranha tradição. As mulheres passaram a alargar os narizes para ficar menos atraentes. Essa medida foi adotada como proteção para a população, já que a invasão de outras tribos e sequestros de mulheres eram comuns. Hoje em dia, as mulheres mais novas não tem seguido muito essa tradição.

Os meninos e meninas da tribo Dinka, que tem sua maioria concentrada no Sudão do Sul, passam por um processo importante quando deixam de ser consideradas crianças e passam para a idade adulta. A escarificação consiste na produção de cortes na pele da pessoa. As crianças são cortadas, com uma faca quente, pelo feiticeiro da tribo. As marcas, além de ser sinal de beleza, ainda criam a identidade da população.

Pode parecer extremo para muita gente, mas para os habitantes das Ilhas Phuket, no sul da Tailândia. O ritual representa a passagem para a vida adulta, além de ser um culto aos deuses chineses. Os participantes passam objetos cortantes, a maioria de metal, pelas bochechas. Muitas vezes, as pessoas estão em transe, o que ajuda a suportar a dor.

Afiar os dentes é uma forma muito dolorosa que as tribos de mulheres sul-asiáticas têm sofrido por muitos anos. Historicamente, a modificação era feita para fins espirituais, com algumas exceções, mas em tempos modernos, é geralmente de natureza estética como uma forma de extrema modificação do corpo. É considerada a última forma de beleza naquelas partes. Muitas culturas tem praticado esta forma de modificação do corpo. Em Bali, os dentes foram lixados, porque se pensava que os dentes representavam raiva, inveja e outras emoções negativas. Os dentes também foram afiados como um rito de passagem para adolescentes. Deve-se passar muitas horas para afiar os dentes usando várias ferramentas rudimentares, como pedra e madeira.

Na Papua Nova Guiné, também se pratica a escarificação. Os homens passam por esse ritual para indicar o início da vida adulta. Ela é uma pequena parte de um ritual que dura semanas e inclui, por exemplo, humilhação pública. O ancião da tribo corta com lâmina o corpo do jovem, reproduzindo desenhos que lembram a pele de um jacaré. A crença diz que, assim, o jacaré irá comer os resquícios de menino e sobrará apenas o homem.

Colocar uma placa redonda nos lábios é uma forma de modificação corporal que foi inventada de forma independente no mundo: No Sudão e na Etiópia (por volta de 8700 a.C), na América Central (em 1500 a.C) e na costa do Equador (em 500 a.C.).  Na África, as pessoas que colocam essa placa chegam a retirar alguns dentes da frente para que o disco possa encaixar. Em alguns povos, o tamanho da placa representa a importância social e econômica da pessoa dentro da sociedade.

As mulheres de Kayan, no norte da Tailândia, são conhecidas por utilizarem inúmeras argolas de bronze em torno de seus pescoços. Por conta dessa tradição, elas ficaram conhecidas como "mulheres-girafas". Algumas chegam a usar 25 argolas. Existe até um mito de que elas não conseguem tirar os anéis do pescoço, por que correriam o risco de quebrá-lo, mas é mentira. As meninas recebem as primeiras aos cinco anos de idade. Com tempo elas vão recebendo mais colares. Como o peso dos anéis, que pressionam para baixo, a clavícula é reduzida. Com a adição de mais anéis, o pescoço cai ainda mais, e acaba comprimindo a caixa torácica. Os ombros finalmente flexionam o que acaba dando ao pescoço essa aparência de alongado.

Mangbetu jovem com e sem os cabos de fibra, que amarrados em sua cabeça, lhe dará a forma aristocrática do crânio alongado.
 'Lipombo’, o costume de alongamento do crânio, que era um símbolo de status entre as classes dominantes Mangbetu no início do século e foi mais tarde imitado por grupos vizinhos, evoluiu para um ideal comum de beleza entre os povos do Congo nordestino. A tradição sobreviveu até meados deste século, quando foi proibida pelo governo belga.

Ao longo da história as mulheres tiveram de suportar coisas horríveis  para serem consideradas bonitas. A antiga tradição chinesa de amarrar os pés e usar sapatos pequenos para que não cresçam (embora fiquem deformados), no entanto, une ''beleza e dor'' em um conceito de nível totalmente novo.

Os pequenos pés de uma mulher foram considerados a parte mais íntima de seu corpo, o símbolo máximo da feminilidade e da cúpula da atração sexual. Pinturas eróticas mostravam mulheres completamente nuas, com a vulva retratada em detalhes e a imagem de um pé.

Os pés atados tinham que ser lavados diariamente com cuidado. Os pés estavam sujeitos a infecções, devido o crescimento das unhas voltadas para dentro do pé, problemas com o fluxo do sangue etc. Muitas vezes os pés tinham um cheiro desagradável.

Fonte: Oddee,R7notícias,Menezes Ciência
Foto: Reprodução/Oddee,