Qualquer jogador assíduo de videogames já ouviu críticas
quanto a seus jogos preferidos. De perda de tempo, vício ou hábito prejudicial à
saúde, alguns jogos eletrônicos acabam sendo chamados também de influência
maligna. Bombas, tiros e explosões aliadas a cenas gráficas ou enredos
politicamente incorretos que poderiam estar em filmes de terror fazem dos
videogames os principais suspeitos de influenciar jovens a cometerem crimes
muitas vezes bárbaros. No entanto, estudos já provaram que esses jogos afetam
entre 0 e 2,5% a agressividade dos jogadores. Na prática, esses números
equivalem a nada ou quase nada. Ainda assim, sempre tem gente que arruma
motivos para culpar essa diversão quase sempre inofensiva.
Em abril de 1999, Eric Harris e Dylan Klebold, dois
estudantes, abriram fogo contra colegas no Instituto Columbine, nos Estados
Unidos. 15 jovens morreram no dia, incluindo os dois atiradores. O game Super
Columbine Massacre RPG!, de 2005, causou polêmica mundial ao recriar o massacre
e colocar o jogador no papel dos atiradores.
A invasão do Iraque pelos Estados Unidos foi polêmica por si
só. O jogo Six Days in Fallujah causou revolta ao colocar o jogador dentro de
uma batalha no Iraque. Até veteranos de guerra criticaram a ideia.
Lançado em 2009, o quinto game da tradicional franquia
Resident Evil não escapou da polêmica. Ao mostrar protagonistas brancos
assassinando negros, o jogo foi considerado por muita gente como racista.
Outra famosa franquia de jogos de tiro, Call of Duty: Modern
Warfare 2, foi lançado em 2009. A polêmica ficou por conta de uma fase opcional
do jogo: uma missão em que um jogador poderia optar por se unir a terroristas
durante um massacre, num aeroporto.
Lançado em 2006, Left Behind: Eternal Forces é um jogo de
estratégia com fundo cristão. A ideia é converter outros por meio da fé ou da
força. Por isso, o game foi acusado de incentivar a intolerância e a violência
contra outras religiões.
A morte do presidente norte-americano John F. Kennedy, em
1963, é parte importante da história dos Estados Unidos. O problema de JFK
Reloaded é que ele tenta recriar a morte do político colocando o jogador no
papel do assassino.
Poucos jogos renderam mais polêmica do que Grand Theft Auto,
ou simplesmente GTA. O jogador tem liberdade para fazer o que quiser, incluindo
matar, atropelar, contratar prostitutas e roubar carros. Não é preciso dizer
que esse jogo foi considerada uma péssima influência para os jovens.
O racismo é a maior acusação feita contra o jogo Ethnic
Cleasing, em que o jogador deve matar negros, latinos e judeus, incluindo na
lista ninguém menos que Ariel Sharon, ex-ministro de Israel.
Custer's Revenge é talvez o jogo mais polêmico lançado para
o sistema Atari. No game, o jogador precisa se desviar de flechas de índios
para alcançar e estuprar uma mulher, também índia.
Em Bully, o jogador entra no ambiente de uma típica escola
norte-americana. O jogador pode fazer o que quiser, seja atormentar outros ou
se vingar de valentões.
Outro jogo pornográfico para Atari que causou polêmica: Beat
'Em & Eat 'Em. Nele, o jogador controla duas mulheres nuas, que devem
alcançar o sêmen de um homem que está se masturbando.
Counter Strike é um popular jogo de tiro em primeira pessoa
no qual os jogadores se dividem em equipes de terroristas e anti-terroristas.
No Brasil, chegou a ser proibido em 2008, por apresentar, segundo o juiz,
'estímulos à subversão da ordem social, atentando contra o estado democrático e
de direito e contra a segurança pública.' No entanto, a proibição foi revogada
no ano seguinte.
Fonte: Superinteressante