Antropologista sustenta que Papai Noel era um xamã e trazia fungos psicodélicos pra galera

A gente não precisa da ciência pra saber que Papai Noel não existe, certo? Justamente por isso, a revista Live Science tentou fazer o contrário e descobriu que o bom velhinho pode ter existido sim, mas não desse jeito que a gente está acostumado.

Foto: Reprodução/LiveScience

Eles conversaram com o antropólogo californiano John Rush, um cara que sustenta a tese de que o bom velhinho era um xamã primitivo que consumia e distribuía cogumelos psicodélicos.
Rush mandou um e-mail para a Live Science e expôs sua teoria em oito pontos que a gente vai ver a seguir:

Foto: Domínio público

Os xamãs do círculo ártico distribuíam cogumelos alucinógenos assim que o solstício de inverno  começava no hemisfério norte. Os xamãs ancestrais consumiam essas substâncias pra entrar em contato com a natureza e, no processo, visitavam as tendas da tribo carregando sacos cheios de cogumelos. 
— De acordo com a história, até poucas centenas de anos atrás, os xamãs das tradições antigas colhiam cogumelos Amanita muscaria, secavam e os davam como presentes durante o solstício de verão (que começa no dia 21/12). Como a neve bloqueava a abertura frontal das tendas, os nativos usavam uma abertura no alto de suas tendas para entrar e sair — daí, vem a imagem da chaminé.

Foto: Crusier (sob licença Creave Commons)

Os cogumelos, assim como os presentes de Natal, eram encontrados debaixo dos pinheiros e esta é a apenas uma das semelhanças entre a simbologia natalina e o cogumelo Amanita muscaria. Basta olhar as cores do cogumelo: a associação com a roupa do Papai Noel é imediata.
— Por que as pessoas trazem pinheiros para dentro de casa durante o solstício, colocam pacotes vermelhos e brancos embaixo delas como presentes que mostram seu amor umas pelas outras? Porque embaixo dos pinheiros era o lugar exato onde qualquer um poderia encontrar a substância mais preciosa que podia ser encontrada na natureza.

Foto: Domínio público

Renas não voam, voam? Porém, elas são animais comuns na fauna da Sibéria e dos países do norte europeu. Para Donald Pfister, biólogo especialista em fungos da Universidade de Harvard,eles podem muito bem ter alucinações em que estes animais voam. Para Carl Ruck, da Universidade de Boston, a parada é mais séria do que sugere. 
— Batendo o olho, parece ridículo, mas não é. Quem já ouviu falar de uma rena que voa? Porém, é de aceitação geral que o Papai Noel está viajando com a rena. Entre os xamãs siberianos, todos têm seus patronos animais que os guiam durante suas experiências psicodélicas e as renas são bem comuns entre os povos do leste da Sibéria.

Foto: FlickrLickr/Contradictus (sob licença Creative Commons)

De acordo com Ruck, os xamãs desta época antiga se vestiam como se fossem os cogumelos, ou seja, com roupas vermelhas e detalhes felpudos em branco... Isso te lembra alguma coisa?

Foto: maceelaine (sob licença Creative Commons)

Pra nós, brasileiros, isso pode não ser muito comum, mas nos países da Escandinávia e do norte da Europa, as pessoas ainda enfeitam suas árvores de Natal com ornamentos que se parecem com o cogumelo. Pfister acha que isso é apenas uma coincidência e que não existe nenhuma ligação concreta entre o Natal e o antigo hábito de se comer cogumelos.

Foto: Reprodução/Rudolph The Red Nosed Reindeer
O focinho de Rudolf, a rena do nariz vermelho, se parece com um cogumelo, de acordo com Ruck. 
— E é fantástico que a rena com nariz de cogumelo seja aquela que lidera as outras do trenó do Papai Noel.

Foto: Domínio público/New-York Historical Society

Boa parte das tradições modernas do Natal foram herdadas de um poema publicado em 1823, famoso com o nome de Twas the Night Before Christmas (que pode ser traduzido como “Foi na Noite Antes do Natal”), creditado ao aristocrata nova-iorquino Clement Clarke Moore, que a narra a chegada do Papai Noel a uma casa de família.
Embora seja um assunto controverso, existem especialistas que afirmam que o poema de Moore é uma versão moderna (ao menos para a época)  do ancestral ritual xamânico de distribuição de cogumelos.

Foto: Hannes Grobe (sob licença Creative Commons)

Os outros teóricos, como Rush e Ruck, por outro lado, apoiam suas ideias em registros históricos que provam tudo que eles dizem e mais ainda: os antigos siberianos bebiam urina dos xamãs porque, assim, as partes ruins dos fungos já haviam sido filtradas e ficava só os componentes alucinógenos. 
Ruck sustenta que, quem conhece xamanismo, aceita essa história.
— Existe alguma outra razão para o Papai Noel morar no Polo Norte? Esta é uma tradição e ela pode ser rastreada até a Sibéria

Fonte: Live Science, R7