50 Contos do vigário para você conhecer e ficar esperto

Quando a esmola é demais o santo desconfia? Nem sempre. É cada dia mais difícil achar alguém que não tenha caído pelo menos alguma vez em um conto-do-vigário. Existem dezenas de golpes sendo aplicados na praça e o número de vítimas aumenta a cada ano. Os lesados poderiam ser em maior número se as pessoas não tivessem vergonha de registrar o caso em uma delegacia.

Não passa um dia sem que as delegacias registrem pelo menos um novo golpe. Muitas vezes, os contos antigos retornam com nova roupagem, como os que estão sendo praticados com a ajuda da tecnologia. Antigamente, bastava uma boa lábia para ludibriar alguém, agora, os bandidos usam celular, computador, internet, fax, anúncios classificados”.

Na maioria das vezes, o que faz um crime desses dar certo é o fato de muita gente querer se dar bem com um negócio da China. Ou é por ganância ou por ingenuidade. Alguns são fraudes cometidas para perpetrar um crime em seguida. Um dos golpes mais antigos, aplicado, sobretudo em comerciantes, é o do dinheiro falso. Esse é um dos 50 golpes aqui apresentados.

1 – Seguro do falecido –Após a morte de um aposentado, os malandros procuram algum parente para dizer que a pessoa tem direito a receber um determinado valor do INSS, como se fosse um seguro de vida. Prometem liberar o dinheiro mediante comissão. Depois, depositam um cheque roubado na conta da vítima e pedem a ela para consultar o saldo. Nesse momento, o depósito aparece como “valor bloqueado”. Então exigem o pagamento da comissão para desbloqueá-lo. Recebem o dinheiro e somem.

2 – Empréstimo – O golpista anuncia nos classificados de jornais empréstimos de R$ 10 mil a R$ 200 mil, a juros baixos e com parcelamento a longo prazo. Sem fiador. O interessado liga para o telefone anunciado, geralmente um celular pré-pago, sem registro, ou mesmo roubado. Para ter liberado o
dinheiro, o cliente precisa apenas depositar uma quantia em uma conta corrente, sob o pretexto de pagar as despesas bancárias. Dançou. Uma vez feito o depósito, o vigarista some e dificilmente a polícia consegue localizá-lo porque a conta bancária, claro, também é aberta com documentos falsos ou roubados.

3 – Falso mago – O malandro se faz passar por mago e anuncia seus serviços em revistas e jornais. Quando o cliente liga, ele pede o depósito de uma quantia para poder marcar a consulta, que nunca é realizada. Nessa operação, o salafrário coleta várias informações do cliente e mente ao dizer que colabora com uma entidade de crianças carentes. O segundo passo do golpe é pior. O cliente lesado recebe, um tempo depois, uma carta avisando que ele teria sido sorteado e ganhado R$ 10 mil. Só que, para receber a grana, precisa depositar 1% do valor do prêmio.

4 – Corrida paga com cheque – Cuidado ao emitir cheques em táxi. Você costuma pagar corridas de taxi com cheque? Não há problema nisso, mas evite usar a caneta que o motorista lhe oferecer. Pode ser um golpe. É aplicado por motoristas de táxi desonestos. O passageiro tenta pagar o que deve com dinheiro, o taxista diz que não tem troco e sugere que a corrida seja paga com cheque. Gentil, ele oferece uma caneta para a pessoa preencher a folha. Na pressa de sair, o passageiro não percebe que se trata de uma daquelas canetas cuja tinta porosa sai com uma solução química. E, quando o cheque cai na conta, o susto: o valor foi alterado e a corrida de R$ 10 virou R$ 100, de R$ 50 virou R$ 500, por exemplo.

5 – O golpe do seguro – Todo automóvel tem um seguro obrigatório por danos pessoais (DPVAT), para indenizar a família das vítimas de acidentes. O golpe consiste em falsificar o boletim de ocorrência, o laudo médico, o atestado de óbito e os documentos de carros envolvidos num acidente, para receber o seguro.

6 – Carro novo – Um anúncio promete um carro novo com preço abaixo da tabela. As condições de pagamento são irresistíveis e o golpe é feito por intermédio de um telefone celular (sempre ele). O estelionatário se passa por empregado de uma montadora e dá um telefone falso da empresa, no qual atende uma secretária eletrônica como se fosse um escritório. O interessado recebe um documento (falso) por fax com o logotipo da empresa e as especificações do veículo e cobra um depósito urgente para garantir o negócio da China. Depois que o dinheiro entra na conta, o malandro desaparece.

7 – Aplicação financeira – Acontece, em geral, às sextas-feiras. Uma moça simpática telefona avisando que você foi premiado em um sorteio de uma aplicação bancária. Ela diz que pode transferir o dinheiro do prêmio para a sua conta. Basta confirmar alguns dados. Sem perceber, no meio de um longo questionário, você passa também a senha bancária, que os bandidos usam para sacar dinheiro da sua conta.

8 – Dinheiro falso – Notas de 10, 50 e 100 reais são as mais falsificadas no Brasil. Preste atenção no tipo de papel e se há borrões de impressão. Ter marca d`água é garantia de valor.

9 – Falso site – Estelionatários cibernéticos criam um site parecido com o dos bancos. Sem perceber a farsa, você digita seus dados e a senha. E depois eles fazem a festa.

10 – O Truque do falso médico – O estelionatário Paulo Roberto de Sousa Botelho foi preso no início de setembro, acusado de roubar dezenas de câmeras de filmagens. Ele se passava por médico, ligava para as empresas especializadas, contratava o serviço com a desculpa que faria uma cirurgia ou parto inédito e que, por isso, gostaria de registrar o fato. Botelho marcava o encontro em estacionamentos de hospitais. Quando a equipe de filmagem chegava ele combinava o serviço para o dia seguinte e o preço e dizia que precisava encaminhar os equipamentos na mesma hora para a sala de esterilização. Deixava uma maleta próxima a um carro que dizia ser seu e pedia para que os funcionários da filmadora tomassem conta até que voltasse. Só que desaparecia com os equipamentos.

11 – Seus números em troca de um cartão – A vítima recebe uma ligação de um falso funcionário do banco dizendo que precisa atualizar dados para abrir uma conta especial ou fornecer novo cartão de crédito. Depois, vai até a agência e tenta chegar à senha, começando pela data do nascimento do cliente ou pelos números de telefones ou documentos fornecidos.

12 – Cartão clonado por chupa-cabra – Outro perigo é ter o cartão de crédito ou de débito automático clonado naquelas maquininhas falsas de leitura magnética, as populares chupa-cabras que, com a ajuda de um chip grava os dados de cartões do cartão. Para a duplicação é um passo.

13 – Clonagem de telefone celular – Os larápios captam, com uso de equipamentos sofisticados, o número de série eletrônico de um telefone em uso e copiam os dados para outro aparelho. Dessa forma, passam a existir dois telefones com a mesma identificação. A empresa operadora do serviço consegue perceber o problema quando começam a aparecer duas ligações simultâneas do mesmo assinante. E o valor da conta, claro, vai para o espaço.

14 – Telefone sem conta – O golpista, nesse caso, conta com a ajuda de um cúmplice funcionário de uma companhia telefônica. São habilitados vários aparelhos sem que a conta apareça no sistema de faturamento. O usuário utiliza a linha, mas não paga a conta. Nem chega a recebê-la. Com documentos falsos ou de pessoas mortas, os golpistas adquirem os telefones e os revendem a pessoas que jamais pagam a conta. E os lesados, nesse caso, são as operadoras.

15 – Lucro falso de cotas e ações – Um homem sério e educado telefona para sua residência avisando que você ganhou um dinheiro graças à venda de ações ou de cotas de um clube de lazer – a polícia acredita que eles conseguem o nome com ajuda de funcionários. Para receber a grana, você só precisa efetuar um depósito para pagar as custas do processo. Pronto, dançou. Quando ligar para solicitar informações, todo o esquema foi desmontado.

16 – Aposentados – Pessoas que se dizem funcionários de associação de servidores aposentados abordam velhinhos na saída de bancos, agremiação de categorias e até mesmo na casa do pensionista. A história convence quando o malandro revela que o aposentado tem direito a receber reajustes atrasados. Para agilizar o processo, basta que ele faça um depósito de 10% do valor. Por exemplo: promete-se R$ 30 mil e exige-se o depósito de R$ 3 mil. O dinheiro novamente evapora.

17 – Extravio de cartão de crédito – A pessoa rouba do carteiro ou da caixa de correspondência da residência as cartas de banco com o cartão de crédito. Eles são clonados e depois enviados ao proprietário, que nem desconfia até receber o primeiro extrato. O golpista ainda telefona para a vítima passando-se por funcionário do banco pedindo que ela confirme o número da senha.

18 – Salário tentador – Os folhetos são distribuídos na rua. As chamadas são atendidas por uma secretária eletrônica ou por alguém que se diz de uma central de recados. Oferecem trabalho para ser feito em casa por salários na faixa de R$ 3 mil. Pedem que a pessoa mande um cheque para custear despesas postais e pagamento de matéria-prima e apostilas que irão ensinar o serviço. Após fazer o depósito, a vítima não consegue mais contato com os falsários porque o telefone de contato era falso.

19 – Emprego – O estelionatário descobre o endereço ou o telefone de uma pessoa desempregada e entra em contato dizendo que ela foi indicada para uma vaga. O salário é bom, R$ 2 mil. O golpista dá o endereço da falsa empresa e diz para o candidato depositar R$ 500 para a compra dos uniformes, de verão e de inverno, que serão entregues à vítima no dia em que ela supostamente começar no emprego. O fim é sempre o mesmo, você já sabe.

20 – Carro novo baratinho – O empresário paulista Ronald Kuntz, dono da Brasmarket, empresa de pesquisa de mercado, por pouco, muito pouco, não caiu em um desses golpes muito bem montados com a ajuda da tecnologia. Kuntz procurava uma perua Blazer e a encontrou em um anúncio de classificados de jornal por um preço bastante atrativo. “Bem abaixo da tabela na época”, conta. Ele ligou para o número de celular anunciado e, depois de alguma conversa, os salafrários o passaram um telefone fixo para que Kuntz mandasse um fax com cópias da maioria de seus documentos pessoais. O empresário teria também de depositar um sinal para fechar o negócio em uma conta corrente. Se o carro custava R$ 40 mil, por exemplo, ele teria de depositar R$ 4 mil. Kuntz disse que ia pensar e ficou de ligar no dia seguinte. Foi a sua sorte. Com o desconfiômetro ligado, ele pediu para ver o veículo antes de depositar o valor. Insistiu, insistiu e começou a perceber que os golpistas começaram a enrolar. Enrolaram tanto que desapareceram da face da terra. Depois, todas as vezes que ele tentou ligar para o telefone do anúncio, uma voz eletrônica dizia que aquele número não existia. Era mais um golpe e, graças à intuição e bom senso, o empresário escapou.

21- Bônus – O estelionatário entra em contato com quem já foi cliente de uma companhia seguradora, dizendo que a pessoa tem direito a receber um bônus. A polícia acredita que quem passa essas informações são funcionários ou ex-funcionários. Em troca, ele pede 5% do valor total. Nesse caso, o depósito bancário é efetuado e o beneficiário fica feliz da vida, entregando o dinheiro. O problema é que o depósito da vítima foi realizado por meio de um cheque roubado, que acaba sendo estornado.

22 – Proteção policial – O malandro liga se dizendo delegado e oferece segurança extra para o cliente, em geral proprietário de um comércio, se ele fizer um anúncio na revista da corporação. Interessado no serviço, o incauto paga para o falso delegado. Já aqueles que dizem não, obrigado, passam a receber ameaças por telefone.

23 – A vizinha que avaliava joias – O golpe mais recente foi aplicado por uma ex-moradora do Edifício Chopin, um dos endereços cariocas mais badalados do Rio. A comerciante Vívian Gomes Borges, 29 anos, foi presa em 3 de setembro acusada de sumir com joias de vários moradores. Aproveitando-se do fato de que os interessados, pessoas da sociedade carioca, precisavam de dinheiro, mas não queriam se expor publicamente para vendê-las, ela pegava as peças a pretexto de avaliá-las e sumia. Ao ser pressionada, Vívian alegava que tinha sido assaltada e não tinha como arcar com o prejuízo. Uma das moradoras teve 14 joias, entre anéis, relógios, pulseiras e cordões de ouro com brilhantes, roubadas.

24 – Arara – O golpista abre uma firma fantasma em endereço alugado e começa a comprar produtos de uma empresa qualquer. Os primeiros pagamentos são feitos corretamente e os pedidos aumentam. O último pedido é fenomenal. Animado com o novo comprador, o empresário manda entregar a grande compra na “empresa” do oportunista e facilita o pagamento. Só que o depósito, dessa vez, é feito com cheques roubados.

25 – Prestador de serviço – Na maior parte das vezes, os bandidos se disfarçam de carteiros, leitores de luz e funcionários de telefônicas para entrar em casas, condomínios e prédios. Para evitar golpes como esse, a empresa responsável pelo sistema telefônico da cidade de São Paulo, por exemplo, por ordem da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), avisa que os funcionários não são autorizados a fazer reparos no interior das casas dos assinantes do serviço.

26 – Boa noite, Cinderela – Para roubar, o criminoso mistura remédio para dormir na bebida da vítima, geralmente em bares. Foi lançado nos anos 90 e era praticado, em geral, contra homossexuais. Agora, as mulheres também são vítimas. Quando a pessoa está desacordada, ele saqueia a casa ou a carteira e a vítima só vai perceber no dia seguinte que foi roubada.

27 – Cartão “engolido” – O golpista introduz uma armadilha na máquina de atendimento para impedir a saída do cartão do banco. Depois de observar a senha da vítima e de esperar a saída dela da agência, recupera o cartão, saca o dinheiro e foge. Por isso, sempre que a máquina engolir o cartão cancele-o na hora.

28 – Falso mecânico – O golpista inventa um defeito no automóvel da vítima que está trafegando nas ruas ou pede para o motorista parar por causa de uma “estranha fumaça”. Há casos, por exemplo, de pessoas que colocaram sacos de estopa no escapamento do carro. Na sequência, surge um falso mecânico, que se oferece para resolver o problema que não existia. O escolhido, claro, morre com uma grana.

29 – Celular – É bem manjado, mas continua acontecendo. A pessoa entra no caixa 24 horas e, ao tentar tirar dinheiro, o cartão fica preso na máquina. O golpista, que já estava ao lado, entra falando no celular, fingindo estar com o mesmo problema. Na linha, um falso atendente e comparsa do malandro registra a senha da vítima e o dinheiro, adivinhe? Desaparece.

30 – Boa aparência – O ladrão rouba um carro de boa marca, de preferência importado, veste-se bem, com terno e gravata e buzina na portaria de um prédio chique e, com pose de bacana, entra tranquilamente na garagem, já que o porteiro não desconfia do “patrão”. Aperta a campainha e faz a festa.

31 – Corretor de imóveis – Outra versão para assaltar casas e apartamentos. O vigarista se faz passar por corretor e, ao lado de um cúmplice travestido de cliente, consegue autorização do porteiro para entrar no prédio e visitar o imóvel. Ele tem as informações sobre o imóvel, pois ligou antes para a imobiliária. E aproveitam para bater no vizinho…

32 – Entregador de pizza – É um dos mais frequentes e têm variações como entregador de flores e carteiro. O falso entregador consegue chegar até a guarita do prédio, rende o porteiro e libera a entrada para os comparsas.

33 – Importado a preço de banana – O malandro aborda a vítima na rua e diz que precisa vender um aparelho de som importado para pagar a maternidade da mulher, que está prestes a dar à luz. A oferta é tentadora e o apelo emocional irrecusável. Dizendo-se apressado, afinal a mulher vai parir, o espertinho força que o negócio seja feito na hora. Quando o incauto abre a caixa do aparelho, novinha e bem fechada, encontra um saco de areia.

34 – Cota premiada de consórcio – Por intermédio de anúncios em jornais e revistas, o estelionatário se diz interessado em vender cotas sorteadas de consórcio com preços abaixo do mercado. A vítima deposita uma taxa em uma conta corrente ou um adiamento. E nunca mais vê o dinheiro.

35 – Teclado bloqueado – É aplicado nos caixas eletrônicos em que não é necessário introduzir o cartão. Eles bloqueiam o teclado com uma fita adesiva para que o correntista não possa fazer nenhuma operação após passar o cartão no leitor óptico. Aparece, então, o golpista oferecendo ajuda e pede que a senha seja digitada. Como não acontece nada, a vítima vai embora. Então, o malandro desbloqueia o teclado e saca o dinheiro.

36 – Troca de cartão – O espertalhão fica próximo ao caixa eletrônico para escolher as vítimas que se atrapalham ao usar a máquina. Ele se oferece para ajudar, pede que a pessoa digite a senha e memoriza os números. Quando devolve o cartão, troca-o.

37 – Falsas ações – Os trambiqueiros se fazem passar por empresários, andam de carros importados e se hospedam em hotéis de luxo para impressionar as vítimas e fazer contatos profissionais. Levantam o nome de pessoas que possuíam ações de empresas de diversos ramos, ativas ou não. Depois entram em contato com elas dizendo que um representante da firma deles irá procurá-la para conversar, já que uma empresa internacional quer comprar as ações. Depois do primeiro encontro, o golpista diz que o negócio só pode ser fechado se a vítima comprar mais um lote de ações para vender um pacote fechado aos gringos. Os novos papéis são falsos e a vítima, claro, só poderá reclamar ao bispo.

38 – Violino – O golpista penhora o instrumento (pode ser outro objeto) em uma agência por R$ 200 e implora que não seja vendido, porque, na semana seguinte, voltará para resgatá-lo. Passados um ou dois dias, um parceiro do estelionatário, com pose de bacana, vai até o penhor e pergunta o que o vendedor tem ali de mais nobre. O segundo vigarista aponta o violino e diz que paga o preço que for. O vendedor pede para ele voltar na semana seguinte. Acreditando que pode fazer um belo negócio, compra a peça penhorada por um valor acima do que ela vale e, claro, mica com o violino.

39 – Compra de kit – Uma empresa, que se diz estrangeira, coloca anúncios em jornais prometendo aos incautos que a partir de um investimento de R$ 100 na compra de um kit para “cuidar” de uma colônia de lactobacilos, seria possível faturar R$ 3 mil. Segundo essa empresa, os lactobacilos seriam usados na produção de cosméticos em outro país e o Brasil teria sido escolhido por ter mão-de-obra barata. As primeiras pessoas receberam o dinheiro para fazer propaganda boca a boca do negócio da China, mas os outros milhares…

40 – Cheque resgatado – O golpista fica de olho em mulheres que entram em cabeleireiros e lojas. O bandido espera a pessoa sair e entra no estabelecimento, se apresenta como motorista da vítima, e diz que a patroa se enganou ao fazer cheque, dando um outro (roubado) em troca. O dono do salão ou da loja entrega o cheque bom e fica com o falso. Outra versão do golpe é o picareta trocar o cheque por dinheiro e alterar o valor de R$ 50 para R$ 500.

41 – Aliança – O vigarista derruba uma aliança no chão e fica por perto. Uma pessoa a encontra e o golpista chega perto para dizer que achou a outra e oferece por uma pechincha. Sem desconfiar, a pessoa compra bijuteria por preço de ouro.

42 – Bilhete premiado – O estelionatário finge ser uma pessoa humilde e ingênua, com um bilhete premiado nas mãos, falso, é claro. Com lábia, o falso matuto vende o bilhete fajuto para o otário da hora.

43 – Telefone – Alguém liga para a casa da pessoa se dizendo funcionário do banco em que ela tem conta. Não se sabe como ela descobre a data do aniversário e a agência da vítima. Com uma boa conversa, o golpista convence o correntista a digitar, no aparelho de telefone, a senha do cartão magnético. Já viu, não é? Adeus dinheirinho da conta corrente.

44 – Consórcio premiado – Anuncia-se a venda de consórcios sorteados. De carro, casa, equipamentos eletrônicos etc. O vigarista anuncia dois telefones: um fixo que funciona como fax e um celular pré-pago ou roubado. Pelo fax, ele passa o Xerox de seus documentos pessoais e deposita uma taxa em uma conta aberta (com nome falso) para garantir o negócio. Feito isso, os telefones não mais atendem e o veículo jamais é entregue.

45 – Falso vendedor de passagens – O malandro entra em ação vendendo passagens com desconto. O bilhete, claro, é falso. Mas o golpe é bem planejado e muitos usam o uniforme das empresas de transporte.

46 – Pechincha – O estelionatário aborda a vítima e oferece um equipamento eletrônico pela metade do preço. Finge que vai buscar o equipamento, que estaria guardado no carro, pega o dinheiro e some. Ou entrega um pacote com tijolo dentro.

47 – Sujeira – Um malandro esbarra ou deixa cair alguma substância na roupa da vítima. Um segundo se oferece para ajudar na limpeza e, como a vítima se distrai o primeiro aproveita para bater a sua carteira.

48 – Rodoviária – As vítimas são pessoas ingênuas que voltam para a cidade natal com dinheiro vivo. O golpista senta do lado da pessoa no ônibus e puxa conversa. Em pouco tempo, descobre de onde é a pessoa e diz que também é de lá. Ele conta que está carregando cheques, que precisa pagar uma encomenda no caminho e pede para o “conterrâneo” fazer um empréstimo, garantindo que ao chegarem devolverá a quantia. Na parada seguinte, desce do ônibus e some.

49 – Falso padre – Perto de igrejas o larápio se veste de padre, e, quando os fiéis estão a caminho de casa, os aborda e se oferece, com uma lábia convincente, a benzer a casa da vítima por uma módica quantia.


50 – O Golpe da solidariedade – Nílson Pereira José Venâncio, empresário paulista, caiu duas vezes no mesmo golpe. “Eu estava parado em um semáforo quando um homem com as mãos sujas de graxa bateu no vidro. Garoava e notei que ele havia deixado carro com o capô aberto em cima da calçada. Ao lado do carro, tinha uma mulher carregando um bebê. Ele me disse que estava sem dinheiro e sem cartão e me pediu R$ 30 para tirar a mulher daquela situação. Depois pediu meu telefone e a minha conta para depositar o dinheiro no dia seguinte. A outra vez aconteceu no aeroporto. Esperava o motorista da empresa quando um cara se aproximou e disse que tinha acabado de chegar, mostrou uma passagem, que tinha de ir para casa. Exibiu o cartão do banco com uma ponta quebrada, disse que precisava de R$ 20 e que no dia seguinte faria um cheque avulso no banco e devolveria o dinheiro. Agora, vou desconfiar até da minha sombra. Se alguém estiver em dificuldade de verdade, vai pagar por essas pessoas, pois não ajudo mais ninguém.