No Brasil, são cerca de 40 milhões de pessoas convivendo com
o problema, de acordo com a Sociedade Brasileira de Arritmias Cardíacas
(SOBRAC). Batimento cardíaco irregular, palpitações, sensação de esmagamento ou
aceleração cardíaca. Esses são os principais sintomas da arritmia
cardíaca, uma alteração que surge em função de um distúrbio do sistema
elétrico do coração, que faz com que as contrações musculares aconteçam de
forma desordenada. Quando a arritmia está presente, o batimento pode ser muito
lento, muito rápido ou irregular, prejudicando o funcionamento do órgão e,
podendo trazer consequências, como angina (dor no peito), infarto,
insuficiência cardíaca, acidente vascular cerebral (AVC) e até morte súbita.
Existem vários tipos de arritmia cardíaca, algumas delas apresentam alto risco outras são benignas e mais fáceis de conviver. O cardiologista Adalberto Lorga, presidente da SOBRAC, explica que a prevenção é sempre o melhor remédio quando se trata do tratamento de arritmia cardíaca. Uma das formas de evitar complicações é praticando exercícios físicos - sempre bem feitos, com moderação e responsabilidade. ?O exercício moderado e de baixa intensidade melhora a hipertensão e a circulação, ajudando a reduzir as chances de arritmia?, explica o cardiologista Adalberto. Pode começar a treinar, mas antes tome todos os cuidados necessários para evitar problemas.
Veja quais são a seguir.
Consulta médica e exames
"Se o portador de arritmias cardíacas deve ou não fazer
exercícios físicos é uma decisão que deve ser feita sempre em conjunto com o
médico", recomenda Adalberto Lorga. O cardiologista é o profissional ideal
para identificar se há arritmias e de que tipo ela é. Essa recomendação vale
para qualquer indivíduo, mesmo que ele não desconfie que tem arritmias. Isso
porque existem arritmias silenciosas, como a Síndrome do QT longo e a Síndrome
de Brugada, que quando percebidas podem provocar danos irreversíveis, causando
infartos fulminantes.
"Caso alguém na família, principalmente pais e avós, já tiveram arritmias cardíacas, insuficiência cardíaca, infarto, AVC, outras doenças cardiovasculares (como hipertensão) e até morte súbita, deve redobrar a atenção antes de fazer exercícios físicos", explica o cardiologista Leandro Zimerman. A genética pode ter influencia no aparecimento dessas alterações, aumentando as chance de arritmias cardíacas.
O médico poderá pedir exames como o eletrocardiograma, que através de eletrodos colocados na pele detecta como estão sendo transmitidos os impulsos elétricos do coração. O teste de esforço, que também pode ser solicitado, é feito com análise do comportamento do coração enquanto o paciente caminha e corre numa esteira. Por vezes é feita a análise Holter, que avalia a frequência e ritmo cardíaco por 24 horas, enquanto a pessoa avaliada anota num diário todas as atividades deste dia. Tudo isso irá auxiliar o médico a identificar qual é a frequência e a intensidade dos exercícios praticados de forma segura.
"Caso alguém na família, principalmente pais e avós, já tiveram arritmias cardíacas, insuficiência cardíaca, infarto, AVC, outras doenças cardiovasculares (como hipertensão) e até morte súbita, deve redobrar a atenção antes de fazer exercícios físicos", explica o cardiologista Leandro Zimerman. A genética pode ter influencia no aparecimento dessas alterações, aumentando as chance de arritmias cardíacas.
O médico poderá pedir exames como o eletrocardiograma, que através de eletrodos colocados na pele detecta como estão sendo transmitidos os impulsos elétricos do coração. O teste de esforço, que também pode ser solicitado, é feito com análise do comportamento do coração enquanto o paciente caminha e corre numa esteira. Por vezes é feita a análise Holter, que avalia a frequência e ritmo cardíaco por 24 horas, enquanto a pessoa avaliada anota num diário todas as atividades deste dia. Tudo isso irá auxiliar o médico a identificar qual é a frequência e a intensidade dos exercícios praticados de forma segura.
Caso você use medicação betabloqueadora
Os remédios betabloqueadores são usados para arritmias
cardíacas e agem inibindo que o coração cardíaco chegue a picos de frequência
cardíaca. "Quem usa esse tipo de remédio não deve se basear na frequência
cardíaca, que estará naturalmente alterada", explica o cardiologista
Adalberto. Nesse caso o exercício físico não está contraindicado, mas sua
intensidade deve ser avaliada através de outros métodos que não a frequência
cardíaca. A principal delas é percepção do esforço: "a pessoa não pode
se cansar e não deve nunca ultrapassar seus limites, o exercício tem que ser
leve", explica Adalberto. Abre-se uma exceção para os casos em que a
atividade é acompanhada por um profissional, educador físico ou fisioterapeuta,
especializado em reabilitação cardíaca. Nesse caso o profissional avaliará o
paciente, através de testes específicos que identificam a frequência cardíaca
que pode ser atingida com o uso de medicamentos e outras variáveis, e o
acompanhará durante a rotina de atividades, garantindo a segurança.
Intensidade e tempo com que o exercício deve ser feito
A intensidade, o tempo e a frequência da atividade física
dependem inicialmente da determinação do risco do paciente. "Indivíduos
com arritmias de baixo risco, como a extrassístole supraventricular, podem
fazer o exercício que quiserem, sem restrições, desde que com avaliação
médica", explica Leandro Zimerman.
Já para pessoas com arritmia de riscos um pouco mais altos, o cardiologista Adalberto Lorga explica que o ideal é sempre começar a atividade de acordo com a recomendação médica ou por atividades mais leves, como a caminhada com duração de 30 a 40 minutos três ou quatro vezes por semana. A partir da recomendação do médico, fisioterapeuta ou educador físico o exercício pode se tornar mais forte. O mais importante é que ele seja sempre mantido abaixo da zona de frequência e ritmo do coração que apresentam riscos.
Já para pessoas com arritmia de riscos um pouco mais altos, o cardiologista Adalberto Lorga explica que o ideal é sempre começar a atividade de acordo com a recomendação médica ou por atividades mais leves, como a caminhada com duração de 30 a 40 minutos três ou quatro vezes por semana. A partir da recomendação do médico, fisioterapeuta ou educador físico o exercício pode se tornar mais forte. O mais importante é que ele seja sempre mantido abaixo da zona de frequência e ritmo do coração que apresentam riscos.
Sintomas que merecem atenção
Caso você já saiba que tem arritmia cardíaca, a atenção a
alguns sintomas que podem aparecer durante o exercício físico merece ainda mais
atenção. Dor torácica, palpitações, vertigem, tontura, sudorese excessiva -
maior do que você costuma ter -, falta de ar, palidez, coração acelerado,
batidas do coração fora do ritmo são sinais de que você deve interromper a
atividade física. Em seguida é hora de procurar o médico. O cardiologista
Leandro Zimerman explica que o médico avaliará o motivo pelo qual se deu a
alteração e indicará se o paciente deve parar os exercícios físicos ou se deve
alterar o ritmo. "Em alguns casos, quando a alteração é bem suportada pelo
paciente e não apresenta riscos à saúde, ele pode até ser mantido, mas sempre
depois de consulta médica", esclarece o cardiologista Leandro.
Descanse depois
Para que o coração se recupere do esforço, é muito
importante permitir que o músculo retome os batimentos normais ao final do
exercício. O cardiologista Leandro Zimerman orienta que nos últimos dez a 15
minutos finais, o ritmo seja progressivamente diminuído até a parada.
"Essa medida já ajuda o coração a retornar a seu ritmo norma", explica
Leandro. Logo após o exercício, caso você se sinta cansado, descanse até que se
sinta pronto para continuar as rotinas do dia. Além disso, o coração precisa de
um tempo de descanso até que seja submetido a um novo esforço. Espere ao menos
um dia até se submeter ao exercício novamente.
Casos específicos
"Pessoas com arritmia cardíaca que já tenham
insuficiência cardíaca ou doenças das artérias coronárias - os vasos que levam
o sangue ao coração e que podem ser facilmente entupidas - estão, salvo aval
médico, proibidas de fazer atividades, principalmente sem o acompanhamento de
um profissional", explica o cardiologista Adalberto. Essa restrição
acontece porque os riscos são muito maiores nesses casos. Podem surgir falta de
ar durante e após a atividade física, palpitações, pulso irregular, fadiga,
fraqueza, dor no peito e desmaios.
Fonte: Minhavida