Liberada desde dezembro de 2015, a primeira vacina
contra a dengue com comercialização autorizada no Brasil pela Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) teve seu preço estipulado no dia 25,
e já pode ser encontrada na rede privada de clínicas e hospitais.Chamada de
Dengvaxia, ela é produzida pelo laboratório francês Sanofi. Embora outras
fórmulas estejam sendo testadas, uma inclusive pelo Instituo Butantã, esta é a
única que já passou pelos testes da Anvisa e foi liberada.
De acordo com os estudos realizados pela Sanofi, a vacina
protege com taxas diferentes os quatro tipos de vírus da dengue e,
por isso, é chamada de tetravalente.
Quanto custa a vacina
contra a dengue?
Estipulado pelo Comitê
Técnico Executivo da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos, a
vacina pode custar entre R$ 132,76 e R$ 138,53. A variação é de acordo com os
estados e tem como explicação as diferentes taxas de impostos.
No total, o valor pode ser mais alto porque deve contar com
a taxa de aplicação variável cobrada pelas clínicas e hospitais privados.
A vacinação completa consiste em três doses aplicadas com um
intervalo de seis meses a cada aplicação.
Quem pode tomar a
vacina da dengue?
De acordo com publicação
do Diário Oficial da União de 28 de dezembro de 2015, a vacina poderá ser
aplicada em pessoas entre 9 e 45 anos. Segundo a Anvisa, estudos ainda estão
sendo feitos para comprovar a segurança em crianças menores de 9 anos e adultos
com mais de 45 anos.
Já ao programa Bem-Estar, da Rede Globo, exibido no dia
29 de dezembro de 2015, Lúcia Brinks, diretora médica da Sanofi na época
explicou que a faixa etária determinada está relacionada à capacidade de circulação
desses indivíduos. “Se você vacinar 20% da população nessa faixa etária, você
acaba protegendo indiretamente os outros grupos”, disse.
Onde tomar a vacina
contra a dengue?
Por ora, a vacina pode ser comprada por hospitais e clínicas
particulares. De acordo com informações do Ministério da Saúde, o custo de
distribuição da vacina ainda está sendo avaliado e, por isso, ela não foi
incluída no calendário nacional de vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS).
Mas, embora disponível apenas nas redes particulares, os
estados e municípios podem optar por comprá-la para campanhas locais.
Vacinação no Paraná
O Governo Estadual do Paraná, estado com maior índice de
infestação, vai dar início ainda esta semana a uma campanha de vacinação contra
a dengue. Ela está marcada para acontecer a partir do dia 26 de julho na área
portuária da cidade de Paranaguá.
Efeitos colaterais da
vacina contra a dengue
Em entrevista
ao jornal O Estado de S. Paulo, Artur Timerman, presidente da Sociedade
Brasileira de Dengue e Arboviroses, diz que as vacinas deveriam passar por mais
testes para que fossem descobertas possíveis reações de seus anticorpos com os
vírus da zika e da chikungunya, doenças também transmitidas pelo mosquito Aedes
aegypti e que atualmente protagonizam epidemias no país. “Estamos com três
vírus circulando e precisamos saber qual é a interação de um vírus com o outro.
Não sabemos qual a influência de anticorpos contra a dengue em manifestações de
chikungunya e zika”, avalia.
Já a diretora médica da Sanofi, Sheila Homsani, diz que,
embora os estudos in vitro mostrem que os anticorpos poderiam causar infecções
maiores, nos testes com humanos não foram observados casos de agravamento da
doença causada pelo Zika vírus.
A vacina da dengue
protege contra a zika e a chikungunya?
É importante lembrar, no entanto, que a vacina não protege
contra a chikungunya e a zika, outras doenças transmitidas pelo mesmo
vetor, o Aedes aegypti. Portanto, o mosquito deve continuar sendo combatido
pela população e pelo poder público.