Perigo on-line: “jogo” sinistro “fadas de fogo” pede que as crianças abram no meio da noite os bicos de gás dos fogões de suas casas

A polícia russa está investigando uma nova forma de golpe na internet que tem como alvo meninas jovens e é inspirada em uma popular animação chamada “Clube das Winx: Escola de Bruxas”. O “jogo” pede às garotas que secretamente liguem o fogão de casa e repitam palavras mágicas que as tornarão “fadas do fogo”.

Sofia Ezhova, uma menina de cinco, foi uma das vítimas da brincadeira e acabou ficando com queimaduras graves nas costas após seguir as orientações do jogo. Os pais prestaram queixa à policia.

O jogo foi disseminado por meio de redes sociais na forma de um inofensivo cartaz com personagens da popular animação “Clube das Winx: Escola de Bruxas”, a fim de atrair crianças.
“À meia-noite, quando todo mundo estiver dormindo, levante-se de sua cama e circule a sala por três vezes dizendo as palavras mágicas: ‘reino Alfey, pequenas e doces fadas, me deem o poder. Eu lhe peço. Então, vá para a cozinha silenciosamente para que ninguém note você ou a magia das palavras desaparecerão. Ligue o gás do fogão, as quatro bocas, mas não os acenda. Você não quer se queimar, certo? Depois volte a dormir que o gás mágico virá até você. De manhã, quando acordar, diga: ‘Obrigado Alfey, eu me tornei uma fada’. E você se tornará uma verdadeira fada do fogo”, diz as instruções do jogo.

De acordo com a investigadora Irina Minina, pode se tratar de algum tipo de jogo suicida. “Nós estamos procurando por aqueles que estão espalhando essas mensagens”, informa.
O Comitê de Investigação Russo (equivalente ao FBI) acredita que o verdadeiro objetivo dos criadores seja provocar pânico entre os pais.

“Eu acordei durante a noite sentindo um forte cheiro de gás. Minha filha de sete anos tinha acabado de sair da cozinha e ir para o quarto”, disse uma mãe que não quis ser identificada. “Descobri que ela tinha visto na internet tudo o que precisava fazer para se tornar uma fada do fogo. Se eu não tivesse ido verificar na madrugada, nossa família não teria acordado pela manhã”.
“Falei com ela, e me prometeu que nunca mais me esconderia seus planos e me contaria tudo”, acrescentou.

O CEO da empresa Rainbow, Iginio Straffi, que é responsável pela marca Winx Club, apelou ao Ministério Público de Moscou para exigir uma ação criminal contra os criadores do golpe.
“A Rainbow lamenta profundamente a distribuição de material, que aparentemente contém instruções para cometer suicídio e usa personagens do Clube das Winx”, disse Straffi.
“A Rainbow, cujos produtos visam promover os valores de bondade em crianças, ficou chocada com materiais tão cínicos, aparentemente com o objetivo de causar danos às crianças”, completou.

Irina Yarovaya, parlamentar russa, chamou a incitação à morte promovida pelo jogo de “manipulação da consciência humana”, e disse que as leis existentes não são adequadas para tal crime. “Não é algo feito por amadores, mas por profissionais”, acrescentou.

Jogo Suicida
O jogo apareceu dias depois de outro semelhante, chamado "Baleia Azul", que foi relacionado ao suicídio de 130 adolescentes. Ele fazia adolescentes completarem tarefas diárias durante 50 dias, incluindo se cortar, assistir filmes de terror e acordar em horas incomuns. Até que, no dia 50, os controladores por trás do jogo instruíram os jovens a cometer suicídio.